A coligação formada por PSD e CDS-PP venceu as eleições legislativas regionais da Madeira deste domingo, com 43,13% dos votos. De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o PS foi o segundo partido mais votado, com 21,30%.
Com este resultados, a coligação PSD/CDS assegurou 23 mandatos. Falhou a maioria absoluta por apenas um deputado, mas elegeu mais do dobro do PS, que não foi além dos 11.
O Chega concorreu pela primeira vez às regionais em 2019, conseguindo 619 votos (0,44%), sem mandatos.
A Iniciativa Liberal também se apresentou pela primeira vez a eleições no mesmo ato, alcançando 762 votos (0,54%), igualmente sem mandatos.
Bloco de Esquerda e PAN regressam ao parlamento regional
O Bloco de Esquerda vai regressar ao parlamento da Madeira após quatro anos de ausência, depois de ter conseguido eleger o seu cabeça de lista e antigo líder da estrutura regional do partido, Roberto Almada.
O PAN elegeu a assistente social Mónica Freitas, que se estreia na vida política a convite da direção do partido. Esta é a quarta vez que o PAN concorre a eleições legislativas regionais na Madeira. Nas primeiras eleições em que concorreu, em 2011, assegurou um mandato, mas nas seguintes falhou esse objetivo.
Reações:
António Costa (Primeiro-ministro): "O primeiro-ministro felicitou o presidente do Governo Regional da Madeira pelo resultado eleitoral hoje alcançado, com votos de continuação de bom trabalho em prol da região e do país".
Luís Montenegro (presidente do PSD): "Não vamos governar o país nem a Madeira com o Chega".
Miguel Albuquerque (candidato da coligação PSD-CDS): "As diligências já estão feitas. Vamos apresentar nos próximos dias um governo de maioria estável".
Sérgio Gonçalves (candidato do PS): "Perante este resultado, eu tenho de fazer uma pergunta: Miguel Albuquerque vai ou não demitir-se? Vai uma vez na vida cumprir com a sua palavra, apresentar a sua demissão? Foi isso que deixou muito claro".
Élvio Sousa (candidato do JPP): "Amanhã o nascer do sol vai ser diferente. Pela primeira vez na Madeira a maioria dos partidos foi retirada. E para nós, que ajudámos a retirar essa maioria, é um momento histórico, é um virar de página na história da Madeira".
André Ventura (presidente do Chega): "O Chega está indisponível para qualquer entendimento com Miguel Albuquerque".
Miguel Castro (candidato do Chega): "Da nossa parte há condições [para a coligação PSD/CDS-PP governar], eu acho que há governos que governam com minoria e governam bem".
Rui Rocha (presidente da IL): Não será pela IL "que a Madeira não terá uma solução de estabilidade governativa para os próximos tempos".
Nuno Morna (candidato da IL): "A nossa coligação é com os madeirenses e assim será, mas também não rejeitamos o papel de ser o adulto na sala. Não rejeitamos conversar com quem for e as nossas portas estarão sempre abertas para isso"
Paulo Raimundo (secretário-geral do PCP): "O PSD e o CDS sofreram uma derrota indisfarçável, que, independentemente dos arranjos institucionais que se venham a fabricar para tentar prosseguir o rumo desastroso da região, não pode ser iludida".
Edgar Silva (candidato da CDU): "O dr. Miguel Albuquerque sai a rastejar destas eleições. Sai do ponto de vista político sem pinga de credibilidade política, depois do que disse e depois da artimanha que agora engendrou para justificar a sua perpetuação no poder".
Mariana Mortágua (coordenadora do BE): "O BE tinha dois objetivos e cumpriu os dois, são duas boas notícias: regressamos ao parlamento regional com a eleição de Roberto Almada e contribuímos para o fim da maioria absoluta do PSD, que tem desmandando e condicionado o destino da Madeira".
Roberto Almada (candidato do BE): "A direita lá se reorganizará e formará o seu governo, mas terá no BE uma oposição que será contundente e inflexível".
Mónica Freitas (candidata do PAN): "As portas estão todas abertas" a uma coligação pós eleitoral.
Partido Livre (comunicado): "Esta é mais uma eleição em que a grande vencedora foi a abstenção, que se situou em mais de 46%".