Está instalada uma guerra entre o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e o ministro das Finanças, Mário Centeno. O primeiro-ministro evita assumir lados publicamente e não comenta o diferendo orçamental de 80 milhões que opõe os dois governantes.
Esta quinta-feira, na cerimónia pública de assinatura do contrato de serviço público da CP, António Costa fugiu às questões sobre o orçamento para as forças de segurança. Também Mário Centeno não quis falar do tema.
Os sindicatos da polícia reconhecem que Cabrita está a travar um braço de ferro com Centeno. Peixoto Rodrigues, do Sindicato Unificado da PSP, admite ao
CM que o ministro lhes deu "a entender que todas as medidas [pagamento dos suplementos em atraso, reposicionamento de escalões, progressões salariais] só serão possíveis caso as Finanças reforcem o orçamento.
Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia, frisa que o travão de Centeno "não é nada que surpreenda". Não ficaremos calados", garante. Já César Nogueira, da Associação dos Profissionais da GNR, sublinha que esta é "mais uma situação que mostra que é o ministro das Finanças quem manda no Governo".
PORMENORESDiferençaAs Finanças estão a preparar o Orçamento de 2020 aplicando uma majoração de 1% às verbas para cada ministério. O MAI pede 80 milhões, diz o ‘Público’.
PagamentoEduardo Cabrita pretende dar resposta à atualização salarial nas forças de segurança e regularizar o pagamento de algumas despesas extraordinárias.
ProtestoCerca de 12 mil polícias protestaram no dia 21 em frente à Assembleia da República. As forças de segurança ameaçam regressar à rua a 21 de janeiro.