Candidato defendeu ainda que o Presidente "não pode aceitar que o Estado português se recuse a condenar o cruel genocídio perpetrado por Israel contra o povo palestiniano".
O candidato presidencial António Filipe disse esta segunda-feira que, caso seja eleito, pretende fazer "muito diferente" do atual chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, e "falar mais de questões realmente importantes".
Em resposta aos jornalistas no final da sua sessão de apresentação de candidatura presidencial, António Filipe foi questionado se tenciona ser a antítese de Marcelo Rebelo de Sousa caso venha a ser o próximo Presidente da República.
"Eu não diria antítese, mas seria certamente muito diferente. Provavelmente, falaria muito menos de questões sem importância e procuraria falar mais de questões realmente importantes, em vez de ter uma atitude de certa forma taticista relativamente à situação política nacional", respondeu o candidato.
António Filipe disse que teria "uma posição de franqueza, de frontalidade" para que os portugueses "percebessem que não estariam perante um Presidente enleado em táticas políticas, mas em alguém que, para além de levar muito a sério o seu mandato, está realmente preocupado em servir o povo português e a democracia".
"E, no âmbito das suas competências, fazer tudo o que estiver ao seu alcance para cumprir e fazer cumprir a Constituição, que essa é que é que a incumbência fundamental do Presidente da República", frisou.
Antes, no seu discurso, António Filipe considerou que o atual Presidente da República não só está comprometido "com o estado das coisas" no país, como, no "exercício das suas funções, teve muitas vezes um papel ativo, até determinante, para que a democracia portuguesa chegasse ao estado a que chegou".
Depois, enumerou as várias tarefas que considera que um Presidente deve desempenhar, frisando que deve "cumprir e fazer cumprir a Constituição" e "não se pode limitar a pairar sobre os problemas, alheio às dificuldades concretas das pessoas e às ameaças que se colocam sobre Portugal e o mundo".
"Uma candidatura a Presidente da República não pode resumir-se a produzir declarações generalistas e inócuas, sobretudo na situação que o país atravessa, porque isso significa que quer deixar tudo na mesma", disse, numa alusão a outras candidaturas presidenciais, que não especificou.
Abordando as restantes candidaturas, António Filipe considerou que "os centros de decisão do capital começaram cedo a preparar as próximas eleições para Presidente da República, com a valorização e projeção de imagens como 'autoridade' ou 'poder forte', visando dar lastro a ambições de candidaturas em que se aglutinam dinâmicas de pendor antidemocrático", numa aparente alusão à candidatura de Henrique Gouveia e Melo.
"Outras candidaturas que se perfilam, apresentadas como estando em disputa, com apelos ao consenso e à moderação feitos por quem quer que tudo fique na mesma, e que convergem no essencial com os interesses do poder económico, não dão garantias de um exercício das funções presidenciais de acordo com o que a Constituição exige", disse, referindo-se neste ponto, sem as mencionar, às candidaturas de Luís Marques Mendes e de António José Seguro.
No seu discurso, António Filipe abordou ainda o tema das relações internacionais, defendendo que o Presidente "não pode aceitar que o Estado português se recuse a condenar o cruel genocídio perpetrado por Israel contra o povo palestiniano, não tome medidas no plano diplomático para isolar o regime sionista e nem sequer reconheça o Estado da Palestina".
Sobre o aumento previsto do investimento em Defesa, o candidato sustentou que o chefe de Estado "não deve admitir que o dinheiro que faz falta para investir no SNS, nas creches, na escola pública, nos salários das carreiras públicas e pensões" seja "desviado para alimentar o militarismo e a guerra, para satisfazer as exigências de Donald Trump".
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