Segundo Sérgio Aires sempre que era aprovado um orçamento municipal, as propostas do BE nunca eram tidas em consideração.
O cabeça de lista do BE à Câmara do Porto, Sérgio Aires, criticou esta quinta-feira a câmara de gastar parte substancial do orçamento municipal em projetos para educação, pobreza e inclusão social que não se transformam em políticas públicas.
"Andamos a gastar dinheiro a fazer projetos piloto que demonstram a sua eficácia, mas que depois não fazem o que se se deve fazer, que é integrar essas propostas nas políticas públicas e, portanto, faz-me muita aflição que assim seja. Eu faria diferente", disse Sérgio Aires, em declarações aos jornalistas durante uma visita que fez à Secundária do Cerco, instituição inserida num Território Educativo de Intervenção Prioritário (TEIP).
Segundo Sérgio Aires, vereador sem pelouro nos últimos quatro anos na Câmara do Porto, sempre que era aprovado um orçamento municipal, o BE apresentava um conjunto de propostas, só que "essas propostas nunca eram tidas em consideração naquilo que era o orçamento municipal" e "eram remetidas para projetos".
A questão fulcral, segundo Sérgio Aires, é que os "projetos X, Y e Z" terminam e isso é uma "tragédia na educação, é uma tragédia no combate à pobreza, é uma tragédia na inclusão social".
Sérgio Aires explica que o BE quis visitar a Escola Secundária do Cerco para "desmistificar" a "grande suspeição de ser um território perigoso e inseguro".
"Quisemos vir aqui para desmistificar essa insegurança. É verdade que o território tem problemas que não tinha há relativamente pouco tempo relacionados com as intervenções que foram feitas no âmbito do combate ao tráfico de droga na Pasteleira e com deslocamentos quer de traficantes, quer de consumidores para esta área, mas isso não transformou o Cerco do Porto num território onde nem sequer se possa passar", disse.
Sérgio Aires destaca que a Secundária do Cerco é "uma escola modelar no ponto de vista da inclusão social", que recebe muitas pessoas de bairros sociais, mas cujo "sucesso que tem é enorme".
O diretor do agrupamento de escolas do Cerco, Paulo Ferreira, explicou que esta, por ser uma instituição escolar TEIP, necessita de um "conjunto de recursos de atribuição de créditos" para poder contratar mais professores" e "outro tipo de recursos como assistentes técnicos especializados e mais psicólogos", para responder à "diversidade enorme que o agrupamento tem" de alunos.
O agrupamento da Escola Secundária do Cerco tem cerca de 1.800 alunos divididos por sete escolas (seis escolas básicas e uma escola sede que é escola básica e secundária) e o corpo docente é constituído por cerca de 200 professores.
Apesar de salvaguardar que, mesmo com a transferência de competências, a decisão dos territórios de intervenção especiais não é uma competência do município, Sérgio Aires assumiu que quer demonstrar que as escolas TEIP são modelos de ensino capazes de promover a inclusão social, que devem ser apoiados e alargados.
Sérgio Aires assume que preferia que estas escolas TEIP "nem sequer fossem necessárias" e que as "escolas normais e regulares para todos os cidadãos fossem capazes de promover um processo de inclusão".
"Enquanto não formos capazes de erradicar a pobreza, vamos ter sempre problemas para resolver desta natureza, como declaramos no nosso programa" eleitoral, frisou.
Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
O atual executivo tem uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas são a 12 de outubro.
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