Presidente da Câmara municipal de Lisboa reiterou a proposta de uma linha "em laço".
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, defendeu esta quarta-feira suspensão da linha circular do Metropolitano, no âmbito da aprovação de uma moção do PCP nesse sentido, e reiterou a proposta de uma linha "em laço".
"Estou, naturalmente, satisfeito com a aprovação desta moção contra a linha circular do Metro, porque reforça o que tenho referido sempre sobre esta opção", afirmou o social-democrata Carlos Moedas, numa reação áudio enviada à agência Lusa.
Em reunião privada, a Câmara Municipal de Lisboa aprovou hoje uma moção do PCP que manifesta "viva oposição" à linha circular do Metropolitano e insta o Governo à "reavaliação imediata" do projeto, iniciativa que foi viabilizada com os votos a favor dos eleitos pela coligação "Novos Tempos" (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), do PCP e do BE, e com os votos contra dos eleitos pela coligação "Mais Lisboa" (PS/Livre), que apenas votaram favoravelmente a definição de prioridades na expansão da rede.
Na perspetiva de Carlos Moedas, o projeto da linha circular do Metropolitano de Lisboa "é um erro, está longe de ser a melhor opção para servir a cidade, deve ser seriamente ponderada a alteração de algumas das propostas e em muitos casos corrigir mesmo para melhores soluções que sirvam os lisboetas e quem se desloca e trabalha na cidade".
"Como já tenho referido e é bom que fique claro: eu não defendo que seja tudo mudado, que suspendam todas as obras que já estão em curso, o que eu defendo é que estamos no meio do caminho e é crucial resolver a questão dos problemas de transbordo no Campo Grande, que afeta milhares de pessoas que vivem em Odivelas e Telheiras e que a manter esta linha circular deixarão de ter acesso direto ao centro da cidade, obrigados a um transbordo e a tudo o que isso implica", declarou o recém eleito e empossado presidente da Câmara de Lisboa.
Tal como defendeu durante a campanha para as eleições autárquicas de 26 de setembro, em que conseguiu derrotar o socialista Fernando Medina, o social-democrata Carlos Moedas reforçou: "Não podemos, não devemos manter uma opção de linha circular, que é algo que não é racional e não serve a população".
"Tenho defendido a opção em laço que me parece a melhor solução e que é aplicada também noutras capitais europeias. Ainda vamos a tempo de corrigir a situação. Estou disponível e acredito que com o empenho e a racionalidade do Governo e do Metro podemos chegar a uma muito melhor solução para Lisboa, que sirva toda a população que vive, trabalha e visita a nossa cidade", disse o autarca.
No programa eleitoral da coligação "Novos Tempos", o social-democrata Carlos Moedas comprometeu-se a transformar a linha circular do Metropolitano e a futura Linha Amarela numa linha única "em laço" (Odivelas, Campo Grande, Rato, Cais do Sodré, Alameda, Campo Grande, Telheiras), para manter as ligações diretas (sem transbordo) de Odivelas, norte de Lisboa e Telheiras ao centro da cidade.
Em declarações à agência Lusa, o vereador do PCP João Ferreira explicou que a moção aprovada pelo executivo visa "manifestar a sua viva oposição à concretização do projeto da linha circular" e "instar o Governo a determinar ao Metropolitano de Lisboa a reavaliação imediata de todo o processo relativo à construção da Linha Circular, incluindo a instrução ao Metropolitano de Lisboa para não assinar a consignação da obra dos viadutos do Campo Grande".
Além disso, o executivo municipal decidiu - com os votos contra dos eleitos pela coligação PS/Livre, à exceção do vereador do Livre, Rui Tavares, que se absteve neste ponto - "solicitar ao Governo uma articulação urgente com a Câmara Municipal de Lisboa, para identificar as prioridades que devem ser estabelecidas para a rede do Metro, reavaliando o impacto da suspensão imediata das obras da linha circular, refazendo projetos e fazendo os estudos de impacto financeiro".
Por unanimidade, a Câmara de Lisboa aprovou ainda "definir como prioridades a expansão da rede do Metro: a Alcântara e à zona ocidental de Lisboa; a ligação a Loures, através da Linha Amarela; e a ligação a Benfica através da Linha Verde, via Telheiras".
Em 09 de abril de 2020, sob a presidência do socialista Fernando Medina, a Câmara de Lisboa aprovou uma moção, só com os votos contra do PS, manifestando a sua discordância por o Governo não suspender o projeto da linha circular, como aprovado pelo parlamento.
O documento do PCP, subscrito então por CDS-PP e PSD, contou ainda com os votos favoráveis do BE (partido que tinha um acordo de governação do concelho com o PS).
Em março de 2020, foi aprovada na Assembleia da República uma alteração ao Orçamento do Estado para 2020, na especialidade, para a suspensão do projeto de construção da linha circular, o que motivou protestos do PS e do Governo.
Nessa altura, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu que não se justificava um recurso ao Tribunal Constitucional, argumentando que o parlamento apenas formulou uma recomendação, sem suspender qualquer decisão administrativa.
Em maio desse ano, o Metropolitano de Lisboa assinou o contrato para a primeira empreitada do plano de expansão da rede, num investimento de 48,6 milhões de euros.
O projeto prevê a criação de um anel envolvente da zona central da cidade, com a abertura de duas novas estações: Estrela e Santos.
A linha circular vai ligar a estação do Cais do Sodré (linha Verde) à do Rato (linha Amarela).
As obras de expansão do Metro de Lisboa incluem mais duas etapas: no lote dois será feita a ligação entre a nova estação de Santos e o final da atual estação do Cais do Sodré; no lote três serão construídos os viadutos sobre a Rua Cipriano Dourado e sobre a Avenida Padre Cruz, na zona do Campo Grande, prevendo a ampliação da estação do Campo Grande para nascente.
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