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Catarina Martins critica Cavaco por silêncio sobre quem ataca Estado de Direito

Candidata presidencial afirmou ter registado "duas perplexidades" no texto do antigo Presidente da República, "uma surpresa e uma não surpresa".

19 de setembro de 2025 às 14:56

A candidata presidencial Catarina Martins criticou, esta sexta-feira, Cavaco Silva por, num artigo, não discorrer sobre um candidato que "ataca o Estado de Direito" e lembrar um pacto de regime "para tirar direitos" a trabalhadores, quando o Governo visa alterações laborais.

A eurodeputada e antiga coordenadora bloquista, à margem da conferência "Mulheres e Clima", que decorre, esta sexta-feira, em Coimbra, foi questionada pelos jornalistas sobre o artigo de opinião de Cavaco Silva, publicado na quinta-feira, no Expresso, intitulado "A escolha do próximo Presidente da República".

Catarina Martins afirmou ter registado "duas perplexidades" no texto, "uma surpresa e uma não surpresa".

"A surpresa é um ex-presidente da República a fazer um artigo sobre o que deve ser um perfil do candidato presidencial, no momento em que há um candidato presidencial, todos os dias, a dar entrevistas na comunicação social, a atacar o Estado de Direito, a atacar a liberdade de imprensa, a atacar quem trabalha em Portugal e, sobre isso, Cavaco Silva não soube dizer nada", criticou.

Para a bloquista, "o papel presidencial é desde logo defender a democracia, o respeito pelas pessoas, a liberdade de imprensa".

"Esta era a afirmação da decência primeira que era necessária no artigo. Cavaco Silva esqueceu-se", lamentou.

O segundo ponto trazido pela eurodeputada consiste no antigo chefe de Estado fazer "um artigo dando o seu próprio exemplo sobre o promotor de pactos de regime, para ir lembrar um pacto de regime entre partidos do bloco central para tirar direitos a quem trabalha, no momento, precisamente, em que o Governo está a tentar fazer uma alteração laboral".

Reforçando que a mudança será "tão brutal para com os direitos do trabalho", defendeu que "Portugal precisa do contrário: respeitar quem trabalha".

Na ocasião, asseverou a necessidade de "melhores salários e condições de vida", reforçando que "um Presidente da República, em vez de promover pactos de regime contra quem trabalha, pelo contrário, deve promover soluções que respeitem quem constrói o país".

Numa notícia sobre o artigo, também no Expresso, é possível ler que "Aníbal Cavaco Silva aconselha os eleitores a fazerem uma avaliação criteriosa dos candidatos que se vão apresentar às próximas eleições presidenciais".

"O respeito da Constituição e dos procedimentos da democracia, a defesa da estabilidade política, a isenção e independência em relação às diferentes forças partidárias e às tensões entre Governo e oposição, a sobriedade, não alimentar intrigas políticas em relação a quem quer que seja e falar verdade aos portugueses" são alguns dos pontos trazidos por Cavaco, salienta o órgão de comunicação.

A candidata à Belém, na ocasião, apontou ainda a necessidade de valorizar as eleições autárquicas, agendada para 12 de outubro, referindo que podem ser "um caminho para exigir uma política que fala mais de soluções, fala mais das pessoas e menos de si própria".

Questionada sobre se poderão ter influência nas eleições presidenciais, afirmou que "são eleições muito diferentes".

"A democracia está bastante madura em Portugal", vincou.

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