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"Os gatunos chegaram à guerra e estava fechada, aproveitaram para levar o que levaram", gracejou na altura Rio, numa alusão ao famoso monólogo humorístico protagonizado por Raul Solnado sobre a guerra.
Nesse discurso, Rio chegou mesmo a dizer que "afinal, pode-se assaltar armamento militar, como se assalta um jardim para roubar umas galinhas".
"E, audição após audição, e perante todas as contrariedades que têm vindo a público, continuamos sem perceber se é o Governo que não sabe – e devia saber – porque a hierarquia militar não sabe o que se passou efetivamente em Tancos; ou se o Governo não sabe – e devia saber – porque a hierarquia militar esconde informação ao Governo sobre o que se passou efetivamente em Tancos", lançou o deputado centrista.
Apesar da insistência, Azeredo Lopes foi-se escudando no segredo de Justiça e garantiu não haver nenhuma contradição entre o que disse e o que afirmou o Chefe de Estado Maior do Exército, o general Rovisco Duarte.
Azeredo Lopes acusou mesmo a oposição de não deixar cair o assunto para "causar alarme social", elogiou as forças armadas, que considera terem conseguido "manter o patamar de segurança".
O ministro convidou mesmo os deputados a "visitar in loco" as instalações militares de Santa Margarida para confirmar "o que o Governo fez sem espavento".
PS acusa Rio de falta de dignidade
Idália Serrão, do PS, defendeu mesmo que "muitas das questões que estão hoje a ser aqui colocadas estão respondidas nos documentos classificados que foram entregues a esta comissão", afirmando que o ministro veio hoje ao Parlamento "dizer o que já aqui veio dizer várias vezes".
A deputada socialista também não poupou Rui Rio. "São usadas metáforas que são muito pouco dignas", disse, esclarecendo estar a referir-se ao líder do PSD, que acusou de estar a causar "alarme social" por dar a entender que tinha informação que não podia revelar sobre um tema que está em segredo de Justiça.
"A rábula que foi usada pelo PSD não augura nada de bom", atacou Idália Serrão, que criticou o facto de Rio ter feito "uma graçola" com um assunto sério.
Mas Idália Serrão não poupou também o CDS que acusou de estar a alterar a postura de respeito que tradicionalmente tem em relação às forças armadas por causa de uma "picardia de direita".
"Acho que esse foi um momento muito infeliz", comentou Azeredo Lopes sobre as palavras de Rui Rio.
"Nunca eu fiz chacota com instituições do Estado. O que eu considero é que há níveis no debate político que têm de ser respeitados", declarou o governante.
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