Para o candidato, é essencial "uma intervenção social, que envolva os próprios moradores na resolução dos seus problemas, de forma participada".
O candidato da CDU a Lisboa, João Ferreira, defendeu esta quarta-feira um programa de regeneração urbana nas casas e nos espaços públicos dos bairros municipais, com o envolvimento dos moradores, durante uma visita ao Bairro da Cruz Vermelha.
Segundo João Ferreira, que é também vereador da oposição na capital, a solução da CDU "é clara": é preciso "um plano de intervenção nestes bairros, uma estratégia de regeneração urbana que intervenha no espaço público e no edificado, fora das habitações, de isolamento, resolução de problemas estruturais, mas também dentro das habitações", disse.
Para o candidato, é ainda essencial "uma intervenção social, que envolva os próprios moradores na resolução dos seus problemas, de forma participada", porque "quando as pessoas são envolvidas, cuidam de outra maneira".
O ponto de encontro da campanha da CDU foi na Associação de Moradores, para depois percorrer as ruas de um bairro onde "falta quase tudo".
Nalguns prédios estão montados andaimes, mas, segundo alguns dos moradores - os que acompanharam a comitiva e os que entretanto vieram ver quem passava -, são intervenções que se limitam às fachadas e coberturas, porque por dentro há casas que "estão uma lástima": há humidade, infiltrações descascam as paredes e, nos espaços públicos, a zona de convívio dos moradores são dois ou três bancos de pedra, sem um parque infantil à vista.
Num quinto andar de um prédio de nove, a mãe de Nuno Santos comprou a casa onde já morava numa altura em que "a Câmara estava a vender". Agora está acamada e, sempre que precisa de sair de casa, o filho tem de apelar à boa vontade de vizinhos ou aos bombeiros para a trazer pelas escadas, porque nenhum dos elevadores funciona.
João Ferreira destacou que os problemas concretos dos moradores destes bairros têm sido levados pela CDU ao conhecimento do executivo da Câmara de Lisboa, que afetou 140 milhões de euros em cinco anos para estes bairros, com uma ajuda do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas a verba "não permite intervir em todos".
"Isso é claro. Ou seja, não só não vão resolver todos os problemas daqueles que vão ser intervencionados, porque há uma parte no interior das habitações que ficou de fora, mas [também] há aqueles que neste horizonte temporal de cinco anos não vão ter nenhuma intervenção. E alguns carecem dela de forma gritante", considerou.
Se nestes bairros falta quase tudo, não faltam recursos à Câmara Municipal para intervir sobre esta realidade, considerou João Ferreira, recuperando a proposta acerca da devolução de 270 milhões de IRS aos lisboetas, que na terça-feira já tinha usado como exemplo de uma verba que poderia ser alocada à requalificação de escolas.
"Nós estamos a falar de uma Câmara municipal que tem mais de 1.300 milhões de euros de orçamento. A devolução do IRS é um exemplo. (...) Não era daí [dos 270 milhões] que viriam todos os recursos. Mas é um exemplo de como os recursos estão a ser afetados. Essa afetação de recursos, essas opções de gestão estão a criar uma cidade percorrida por enormes contrastes", defendeu.
Lisboa tem mais de 60 bairros municipais sob a responsabilidade da Gebalis, empresa municipal responsável pela sua gestão social e patrimonial.
Nas eleições autárquicas de 12 de outubro, concorrem à presidência da Câmara de Lisboa: Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), João Ferreira (CDU-PCP/PEV), Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).
Atualmente, o executivo municipal integra sete eleitos da coligação "Novos Tempos" - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, sete eleitos da coligação "Mais Lisboa" - PS/Livre, dois da CDU e um do BE.
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