A edição de hoje
A saída da directora da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) no Norte, Fátima Araújo, que criticou a actuação dos seus próprios inspectores nas acções de fiscalização a instituições de solidariedade, está a gerar polémica. O CDS fala mesmo de "perseguição e penalização" e já exigiu a presença do ministro da Economia, Manuel Pinho, do inspector-geral da ASAE, António Nunes, e da própria directora para esclarecer a situação.
"Há aqui, sem dúvida, um caso de perseguição e penalização. A dra. Fátima Araújo, com 34 anos de experiência, representava o lado bom da ASAE, o lado do bom senso e do equilíbrio. Quem devia ser demitido era o inspector-geral da ASAE, que falta à verdade", disse ao CM o deputado do CDS Hélder Amaral.
Em causa está o facto de Fátima Araújo não ter ficado em primeiro lugar no concurso interno que renovaria o seu mandato à frente da direcção-regional da ASAE Norte.
Para o deputado centrista, Fátima Araújo "foi afastada" por ter criticado as inspecções da ASAE em que obrigaram instituições de solidariedade a deitar comida fora e defender a protecção dos produtos regionais. "Ninguém me convence de que uma coisa não está ligada à outra", concluiu Hélder Amaral.
O secretário de Estado do Comércio, Fernando Serrasqueiro, que tutela a ASAE, recusou as acusações e considerou-as "atentatórias ao bom nome das personalidades que constituem o júri" do concurso, ao qual Fátima Araújo concorreu, entre os dias 14 de Março e 29 de Maio. Segundo adiantou em comunicado, Fátima Araújo exercia funções de directora regional em regime de substituição quando se candidatou mas foi Manuel dos Santos, responsável da ASAE no Algarve, quem venceu o concurso.
Contactada pelo CM, Fátima Araújo não quis prestar quaisquer declarações.
PORMENORES
"Estranha demissão"
O PCP também pediu ontem a presença do ministro da Economia no Parlamento, por considerar "muito estranha a demissão " de Fátima Araújo.
Concurso
Ao concurso para a Direcção Regional do Norte da ASAE concorreram 10 pessoas, avaliados por três júris, entre eles o sub-inspector-geral da ASAE, Francisco Lopes.
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