Para a ainda coordenadora do BE, o PS de António Costa pode "vitimizar-se", mas deixou claro que "não foram a covid e a guerra que criaram as dificuldades atuais" nem "nenhuma oposição que criou qualquer dos problemas que os ministros inventam".
"E assim se entretém uma degradação da vida pública em que o PS se tornou o padrasto de todo o populismo", acusou.
A coordenadora do BE afirmou que se vivem "tempos difíceis", salientando que não se estava a referir ao partido, apesar de reconhecer que "a derrota eleitoral do ano passado deixou feridas".
No entanto, garantiu: "Não nos arrependemos da coerência".
"Que ninguém se engane sobre quem somos e como somos: respeitamos quem tinha votado no Bloco e que, por medo da direita ou por preferir uma maioria absoluta, apoiou o PS há um ano; mas faremos sempre o mesmo que nos disserem para escolher entre uma conveniência partidária e o cuidado que a democracia deve ao SNS ou ao direito de quem trabalha", considerou.
Catarina Martins garantiu que o BE escolhe e continuará a escolher "a coerência e o compromisso com soluções que salvam vidas, que ajudam quem está doente, que dão ao pobre e ao remediado a garantia de que não deve ser cuidado nos nossos hospitais públicos de forma diferente da pessoa mais poderosa do mundo".
"E se assim fazemos é porque respeitamos sempre o nosso mandato. Temos um compromisso com o povo e é por isso que somos esquerda de confiança", acrescentou.
Ovacionada na despedida
Catarina Martins apontou que é na coerência do partido "que se alicerça o crescimento" que disse já sentir na rua "e que até as sondagens já reconhecem".
"Se agora estamos a recuperar força é por levarmos o País a sério e levarmos a sério o compromisso de quem confiou em nós. Não cedemos à chantagem e não preciso de vos dizer como é importante que o povo tenha esta certeza de que aqui está gente que nem verga nem quebra", vincou.
No discurso de despedida de líder do BE, que terminou com uma ovação de cerca de cinco minutos, de pé, dos delegados da XIII Convenção Nacional bloquista, Catarina Martins apontou à maioria absoluta, acusando o PS de usar "o aparelho do Estado", perder-se "em guerras internas" enquanto Portugal "assiste incrédulo a um governo paralisado e enredado nos seus próprios erros".