António Costa fez esta referência num jantar na Associação da Comunidade Portuguesa em Pretória, onde esteve juntamente com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e que encerrou o programa de comemorações do Dia de Portugal na África do Sul, que começou na segunda-feira na Cidade do Cabo e que passou também por Joanesburgo.
No seu discurso, tal como fez antes em Joanesburgo, o líder do executivo voltou a destacar medidas tomadas pelos seus governos desde novembro de 2015. E, quando se referiu ao alargamento do universo eleitoral da emigração, o primeiro-ministro falou então de Marcelo Rebelo de Sousa e de Augusto Santos Silva - este último, deputado do PS pelo círculo Fora da Europa, que foi depois eleito presidente da Assembleia da República.
António Costa referiu que a Assembleia da República deu um passo importante quando alterou o recenseamento eleitoral, passando a ser automático, o que aumentou em cerca de dois milhões os eleitores nacionais e que antes não estavam inscritos.
Dirigindo-se aos emigrantes, apelou-lhe ao exercício do direito de voto nas eleições portuguesas. E deu um exemplo sobre eventuais consequências benéficas resultantes do voto.
"Pela primeira vez, a segunda figura do Estado, o presidente da Assembleia da República, é precisamente um deputado eleito pelo círculo onde vocês votam. O Presidente da República, primeira figura do Estado, foi eleito com o vosso voto, assim como o presidente da Assembleia da República. Isso demonstra também a importância crescente que as comunidades portuguesas têm", sustentou.
O primeiro-ministro voltou a referir que o seu Governo está a investir na modernização dos serviços consulares e que "hoje mesmo, para se assinalar o Dia de Portugal, começou a funcionar o Consulado Virtual. A medida para o início do funcionamento do Consulado Virtual estava inicialmente prevista para o próximo sábado, dia 10 de Junho, mas foi antecipada.
Com os seus ministros dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e da Defesa, Helena Carreiras, e o secretário de Estado das Comunidades, Paulo Cafofo, a escutarem o seu discurso, o líder do executivo disse que a comunidade portuguesa na África do Sul é a maior fora dos casos dos países de expressão portuguesa. Não referiu aqui o caso de França.
"Temos mais de dois milhões de portugueses a viver por todo o sítio e, se tivermos em conta os lusodescendentes, serão cerca de seis milhões. Portugal é mais do que os 10 milhões" em território nacional, acentuou.
Neste contexto, fez uma alusão à alteração da lei da nacionalidade que "permitiu não só aos filhos dos emigrantes, mas também a netos (no futuro a bisnetos) poderem obter a nacionalidade portuguesa".
"A portugalidade vai-se transmitindo de geração em geração. É uma cadeia que temos de manter e fortalecer", acrescentou.
Tanto neste jantar, como no almoço convívio em Joanesburgo, estiveram presentes o chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, José Nunes da Fonseca, e o chefe do Estado Maior da Armada, almirante Henrique Gouveia e Melo.
Em representação do parlamento estavam os deputados Carlos Pereira (PS), Maló de Abreu (PSD), Rui Paulo Sousa (Chega), Carlos Guimarães Pinto (Iniciativa Liberal) e João Dias (PCP).
O atual modelo de duplas celebrações do 10 de Junho, em Portugal e no estrangeiro, foi lançado por Marcelo Rebelo de Sousa no ano da sua posse, 2016, em articulação com o primeiro-ministro, António Costa.
Desta vez, ao contrário do que aconteceu nos anos anteriores, as comemorações do 10 de Junho começaram no estrangeiro, cinco dias antes da data oficial, e vão terminar em Portugal, no Peso da Régua, distrito de Vila Real, onde terá lugar a cerimónia militar do 10 de Junho.