Deputado liberal constatou ainda que, ano após anos, a dotação do orçamento de Estado para a saúde tem aumentado "sem se ver melhorias nos serviços de saúde".
O candidato à Presidência da República João Cotrim Figueiredo considerou esta terça-feira que os problemas da saúde derivam da arquitetura do sistema e não se resolvem com mais dinheiro nem a "triturar" ministros.
"Temos triturado ministros da saúde atrás de ministros, porque o sistema tritura qualquer ministro. É um sistema tão grande e tão vasto, que não pode depender das decisões do Ministério da Saúde centralmente", disse aos jornalistas o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal (IL).
Em Coimbra, onde participou numa iniciativa com estudantes universitários de Ciência Política, o deputado europeu disse que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem de ter "dentro de si próprio os incentivos e os mecanismos para controlar e melhorar continuamente os serviços que são prestados".
Relativamente à responsabilidade política da atual titular da pasta devido aos sucessivos casos, Cotrim Figueiredo frisou que se "pode pedir todas as cabeças que se quiser, mas daqui a seis meses vai voltar a pedir porque o sistema não vai funcionar".
"Atualmente já há muita gente a reconhecer que há problemas no SNS. Façam-me justiça, porque estou a falar nisso há seis anos e há três anos apresentei um plano de reforma profundo, estruturado, e ninguém se interessou", lamentou.
Salientando que é preciso olhar com os problemas com "clareza e coragem", o candidato presidencial insistiu que o SNS com 160 mil profissionais de saúde e 17 mil milhões de euros de orçamento "não pode ser gerido centralmente".
"Tem de ter nas suas unidades base os sistemas de incentivo e controlo suficientes para poder trabalhar autonomamente, caso contrário nunca vai funcionar", sublinhou Cotrim Figueiredo, frisando que se 10 anos de aumento de recursos não chegam para provar isto, não sei o que é preciso".
Para o candidato à Presidência da República, "a saúde é o caso mais urgente e premente de que as reformas estruturais que não se fazem resultam em mau serviço público e em desperdício de recursos públicos".
"Quando se adiam os problemas, quando não se reconhecem os problemas e quando se tem medo de fazer as reformas estruturais, eles tornam-se mais difíceis de resolver. E este problema da saúde é particularmente grave porque estamos há demasiados anos a ter pessoas a sofrer, literalmente, com a falta de um serviço de qualidade", lamentou.
Cotrim Figueiredo defendeu que um Presidente da República tem de ser "mais interventivo, mais enérgico e exigente, porque os problemas não podem sair da agenda e [o país] não se pode contentar com pensos rápidos ou com meras operações de cosmética".
"O SNS como está nunca vai servir e se servir nunca vai ser suficientemente eficiente e vai consumir recursos excessivo dos contribuintes para a qualidade dos serviços que presta", vaticinou.
O deputado liberal constatou ainda que, ano após anos, a dotação do orçamento de Estado para a saúde tem aumentado "sem se ver melhorias nos serviços de saúde".
Segundo Cotrim Figueiredo, o problema não é dinheiro, mas sim a arquitetura do sistema, já que as verbas para o SNS aumentaram mais de 80% entre 2015 e 2025.
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