page view

Cotrim Figueiredo quer cativar abstencionistas, indecisos e eleitores que vão do PS ao Chega

Liberal está sobretudo apostado em tirar votos às candidaturas de Marques Mendes, Seguro e Ventura.

14 de novembro de 2025 às 07:25

O candidato presidencial João Cotrim Figueiredo quer cativar abstencionistas, indecisos e eleitores que vão do PS ao Chega e considera já estar a beneficiar de uma transferência de votos das candidaturas de Seguro, Marques Mendes e Ventura.

Em entrevista à agência Lusa, Cotrim Figueiredo reiterou a convicção de que irá conseguir chegar à segunda volta das eleições presidenciais, salientando que, de acordo com análises de estudos eleitorais que tem feito, há cerca de 60% de eleitores, entre os quais 30% de indecisos e outros 25% que admitem mudar de opinião, que poderão votar na sua candidatura.

"O meu valor eleitoral -- a minha base são as europeias, foi a última vez que fui a votos -- é 9%. Quanto é que é necessário para passar à segunda volta? Ninguém tem a certeza. Será 20%, 21% ou 23%? Não sei. Portanto, esse espaço que me separa dos 22% para os 9%, eu tenho que ir buscar 13% a estes 60% que estão livres. Não é impossível", referiu.

O candidato presidencial, apoiado pela IL, salientou que, dentro desses 60% que identificou, tem recebido "mensagens de apreço de vários quadrantes políticos", com exceção dos partidos à esquerda do PS, e frisou que na sua campanha se vai dirigir sobretudo a eleitores que vão "do centro-esquerda ao centro-direita".

Questionado sobre quem é que identifica como os seus principais adversários em termos de disputa de eleitorado, Cotrim Figueiredo disse que ainda não consegue dizer, mas referiu que tem recebido apoios sobretudo da área das candidaturas de Luís Marques Mendes e de António José Seguro, mas também, entre os jovens, de André Ventura.

"No Chega, curiosamente, o que me tem agradado, e já vi que desagradado ao presidente do Chega, é o facto de haver muita juventude do Chega que percebe que a indignação é gira, é engraçada para entreter no TikTok, mas não resolve nada", referiu.

Cotrim Figueiredo admitiu assim que, entre a fasquia do eleitorado que já decidiu o voto, mas admite mudar de opinião até ao dia das eleições, está sobretudo apostado em tirar votos às candidaturas de Marques Mendes, Seguro e Ventura, salientando que esses "movimentos já começaram a surgir".

"E, depois, tenho áreas que ainda não estão ocupadas ou, digamos, decididas: os tais 30% de indecisos e uma percentagem de pessoas que são aliciáveis a sair do sofá e da abstenção para vir participar numa campanha em que sentiram, finalmente, que há uma coisa diferente, que vale a pena", disse.

Sobre o seu perfil de Presidente da República, Cotrim Figueiredo disse que o chefe de Estado português com que mais se identifica é o general Ramalho Eanes, mas apenas no seu primeiro mandato porque, no segundo, "perdeu-se naquela visão mais interventiva e quase caudilhista de um presidente que quis formar um partido".

Mas, no primeiro mandato, "foi independente, foi corajoso, deu o respaldo àquilo que na altura era obrigatório (...) aos governos de turno e aos parlamentos de turno para fazerem essas mudanças. E acho que é importante que o Presidente da República faça isso", disse.

Relativamente à avaliação dos dois mandatos de Marcelo Rebelo de Sousa, Cotrim Figueiredo fez um balanço "globalmente negativo" por achar que o atual Presidente da República "não inspirou os portugueses a fazerem aquilo que era necessário fazer".

"Que é estarem muito mais cientes da importância que terão, participando na vida cívica, política e cultural, na resolução dos problemas que Portugal vai ter de enfrentar", afirmou.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8