A deputada ecologista Heloísa Apolónia condenou esta sexta-feira no Parlamento a construção da barragem do Tua, que classificou de "crime ambiental e de mobilidade", mas o primeiro-ministro garantiu que o projecto vai promover o emprego na região.
O lançamento da primeira pedra para a construção da barragem, na semana passada, acabou por motivar um momento cómico no debate quinzenal, entre o primeiro-ministro e a bancada do Partido Ecologista Os Verdes (PEV).
Heloísa Apolónia reproduziu um diálogo entre o primeiro-ministro e o presidente da EDP - inserido no documentário "Pare, escute e olhe", de Jorge Pelicano, sobre o Tua - em que Sócrates dizia: "Agora só falta aqui é cimento", e António Mexia respondia: "Está quase", um "diálogo revelador e tão tramado", considerou a deputada ecologista.
Na réplica, José Sócrates perguntou: "A senhora deputada demorou muito lá em casa a ensaiar esse número? Porque se o ensaiou... um bocadinho mais de ensaio, senhora deputada. Eu não calculava que a senhora deputada andasse com fotografias minhas no bolso", disse, motivando gargalhadas gerais e aplausos da bancada do PS.
Para os Verdes, "esta primeira pedra é a primeira pedrada na linha ferroviária do Tua, na navegabilidade do Douro, no Alto Douro Vinhateiro".
A deputada do partido ecologista considerou que, tal como a barragem do Sabor, esta infra-estrutura "não faz sentido por via da destruição do desenvolvimento e do potencial de desenvolvimento concreto das regiões".
"Já contabilizou quantos empregos se podem perder com a perda de potencial de desenvolvimento turístico e agrícola da região?", questionou.
A deputada do PEV criticou que o Governo "esteja a encerrar linhas" quando "o maior factor de dependência do petróleo está nos transportes", considerando tratar-se de um "crime ambiental e de mobilidade do País".
O primeiro-ministro criticou a posição dos Verdes: "são contra tudo".
"A barragem é um investimento que vai dar muitas oportunidades de emprego a muita empresa, essencial para a política energética do País, para reduzir a dependência do petróleo, e vai dar muito emprego e a muitos jovens", defendeu o primeiro-ministro.
Defendendo que "foi por essas e por outras que no passado não se construiu nenhuma barragem", Sócrates garantiu que o Governo é "capaz de enfrentar" aqueles "que são sempre do contra".
"Os jovens não querem estar na sua posição, de serem contra tudo, querem que o País ande para a frente. Não vão atrás daqueles que estão sempre contra tudo, apenas por sectarismo partidário", disse.
Antes, Heloísa Apolónia afirmou que as medidas de apoio ao emprego hoje anunciadas pelo primeiro-ministro "são velhas, já foram 'n' vezes anunciadas antes, mas não concretizadas".
Os Verdes rejeitaram que as medidas já tomadas pelo Governo tenham dado resultado.
"Taxa de desemprego dos jovens, 23 por cento, o dobro da taxa nacional. Taxa de desemprego de longa duração dos licenciados, aumentou 89,8 por cento, desde que o senhor é primeiro-ministro. Assim se prova que trabalha para hipotecar o país e para iludir os portugueses", referiu.
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