André Ventura não quis esclarecer se o ex-deputado chegou a ser considerado para este grupo do Chega e recusou a existência de racismo dentro do partido.
O líder do Chega considerou esta sexta-feira que a política não pode ser uma "disputa de lugares", mas recusou-se a comentar as críticas do ex-deputado Mithá Ribeiro, que deixou o partido por ter ficado de fora do "governo-sombra".
Em declarações aos jornalistas em Lisboa, antes de entrar numa conferência organizada pelos Patriotas pela Europa (família política europeia do Chega), André Ventura foi questionado sobre o artigo de opinião assinado por Gabriel Mithá Ribeiro, no qual acusa o líder de ser um "predador psicológico" com comportamentos narcísicos e autoritários.
André Ventura escusou-se a comentar estas críticas, dizendo estar ali na qualidade de candidato presidencial.
"Eu só não quero alimentar muito isto, nem fazer grandes comentários, eu fico só triste. Eu vejo a política como um serviço e não como uma disputa de lugares. Quando as pessoas dizem que ficaram muito chateadas ou muito tristes porque não tiveram um determinado lugar, é completamente ao contrário do que eu vejo a política", afirmou, considerando que "a política não pode ser um exercício de querer lugares, seja no governo-sombra, seja noutro qualquer".
O presidente do Chega salientou que "a política não pode ser uma luta por tachos, nem por lugares, tem que ser uma luta para exercer um serviço em prol da causa pública e um serviço pelas pessoas".
André Ventura não quis esclarecer se o ex-deputado chegou a ser considerado para este grupo do Chega e recusou a existência de racismo dentro do partido.
O antigo deputado do Chega Gabriel Mithá Ribeiro anunciou hoje a sua saída do partido, acusando o líder, André Ventura, de ser um "predador psicológico" com comportamentos narcísicos e autoritários.
Num artigo de opinião publicado no Observador, o ex-vice-presidente do Chega diz que a sua exclusão do governo-sombra apresentado por André Ventura foi o momento que precipitou a sua exclusão.
"Cumprir o primeiro dever imposto pelo programa político sufragado no Conselho Nacional de Sagres (2021) revelou-se impossível para um líder narcísico, pois obrigava-o a descentrar o Chega da sua pessoa (indivíduo) e recentrá-lo num valor civilizacional universal e abstrato (coletivo)", escreve o responsável pelo programa político do Chega.
Mithá Ribeiro diz que "o ponteiro da responsabilidade coletiva nunca se moveu" no Chega, que para os militantes e simpatizantes não deixou de ser mais do que "o partido do André".
O ex-dirigente acusa ainda o líder do Chega de "pulsão autocrática destrutiva", que diz ser "um traço de personalidade impossível de o tornar um governante responsável".
Tal pulsão - acrescenta -, "alimenta no núcleo duro do seu poder interdependências pessoais deprimentes, moralmente dissolventes e socialmente danosas no caso de ser governo".
No artigo, intitulado "Os 7 pecados mortais do predador narcísico", Mithá Ribeiro alerta que "entregar o poder a um político com tal perfil psicológico é construir um muro de betão contra o uso social da razão, e rumar ao paraíso de ignorantes".
Historiador e professor universitário, Mithá Ribeiro foi um dos fundadores do Chega e uma das figuras mais próximas de Ventura nos primeiros anos do partido.
No dia 22 de setembro o grupo parlamentar do Chega anunciou que Mithá Ribeiro tinha pedido a renúncia ao mandato de deputado e que seria substituído por Rui Fernandes, sem revelar os motivos desta decisão.
Na semana seguinte, Mithá Ribeiro anunciou a desistência da sua candidatura à presidência da Câmara Municipal de Pombal.
Gabriel Mithá Ribeiro foi eleito deputado na XV, XVI e XVII legislaturas, sempre pelo círculo de Leiria, tendo sido reconduzido como secretário da mesa da Assembleia da República em junho passado, depois das eleições legislativas antecipadas.
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