Hugo Soares referiu que, quer ele quer o primeiro-ministro, quando questionados com quem iam governar, sempre responderam "com todos".
O líder parlamentar do PSD recusou esta segunda-feira que tenha caído nas últimas semanas o compromisso do partido de dizer "não é não" ao Chega, defendendo que tal só se aplicava a coligações pré-eleitorais ou acordos formais após as eleições.
Na intervenção de abertura nas jornadas parlamentares do PSD/CDS-PP, em Évora, Hugo Soares lamentou ter ouvido, nos últimos dias, alguns comentadores acusá-lo de ser "o coveiro do não é não", após negociações parlamentares com o Chega, sobretudo nas leis da imigração.
"Quanto ao não é não, eu não perderei muito tempo a repetir aquilo que nós dissemos vezes sem conta em campanha eleitoral ou fora da campanha eleitoral: nós dissemos e repetimos que não faríamos um governo de coligação pré-eleitoral com o Chega e dissemos 'não é não', nós não governaremos numa coligação pós-eleitoral com o Chega", afirmou.
Quanto ao diálogo parlamentar com o partido liderado por André Ventura, Hugo Soares salientou que existiu na anterior legislatura: "Então o 'não é não' já caiu foi há dois anos, também na anterior legislatura disse publicamente que falei e negociei várias vezes com o Chega, falei e negociei várias vezes com o Partido Socialista", contrapôs.
O líder parlamentar do PSD defendeu que "uma coisa são maiorias parlamentares formais" às quais a AD continuou a dizer "não é não" ao Chega.
"Outra coisa, bem diferente, é nós conversarmos democraticamente com todos os partidos com expressão parlamentar. E como sempre dissemos que era isso que nós íamos fazer", afirmou.
Hugo Soares referiu que, quer ele quer o primeiro-ministro, quando questionados - antes das eleições ou mesmo depois - com quem iam governar, sempre responderam "com todos".
"Eu disse várias vezes: nós vamos falar com o PS, que é um partido fundador histórico da nossa democracia, nós vamos falar com o Chega, como segunda maior força política com representação parlamentar", afirmou, estendendo essa disponibilidade à IL e "até à extrema-esquerda", se esses partidos tivessem interesse.
Para o líder parlamentar do PSD, as últimas semanas "foram lapidares" quanto a esse diálogo com vários partidos.
"Nós viabilizámos uma descida de impostos para as pessoas que trabalham com o PS e com o Chega a viabilizar. Nós criamos uma polícia de Unidade de Estrangeiras e Fronteiras com o PS e o Chega a viabilizar", exemplificou, cumprimentando esses dois partidos por terem "aderido às ideias da AD" que há um ano rejeitaram, no caso da nova unidade especial.
No tema que tem dominado o primeiro mês desde que o segundo Governo de Luís Montenegro iniciou funções, a imigração, o líder parlamentar do PSD reivindicou que as alterações introduzidas não se devem nem "a complexos ideológicos, nem a razões de segurança absurdas ou de posicionamento político".
"São razões de puro humanismo as primeiras que nos fazem regular as questões da imigração em Portugal (...) Nós não podemos aceitar que Portugal deixe entrar quem quer vir para cá e que venha para cá a viver na miséria ou sem condições", afirmou.
Hugo Soares admitiu que PSD e CDS-PP querem mesmo "apertar e regular a entrada em Portugal de imigrantes", apesar de ser claro que a economia portuguesa "precisa do fluxo imigratório, seja nas profissões mais qualificadas ou nas menos qualificadas".
"É bom que o país saiba que nós precisamos continuar a deixar entrar imigrantes. Mas o país sabe, nós sabemos, só alguns é que ainda não perceberam, que nós temos que saber quem são, como vêm, onde estão e como estão em território nacional", afirmou.
O líder parlamentar do PSD rejeitou ainda as críticas de que a atual maioria seja "uma força de bloqueio", contrapondo com os 18 requerimentos aprovados já para a audição de ministros no parlamento neste primeiro mês.
"Se nós fôssemos forças de bloqueio ou se na oposição estivéssemos como eles estavam, eu vou-vos dizer uma coisa: nunca havia tantos ministros saindo ao Parlamento como lá nos nossos governos", afirmou.
Hugo Soares deixou ainda o compromisso de continuar a realizar jornadas parlamentares descentralizadas pelo país, nos Açores (depois de já ter havido umas na Madeira), e até, como novidade, fora do país, "junto das comunidades portuguesas".
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