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Luís Montenegro acusa PS de "arranjar pretextos" e distrair portugueses "com detalhes" sobre o OE2025

"Os portugueses não querem birras", afirmou o primeiro-ministro.

06 de setembro de 2024 às 20:43

O primeiro-ministro acusou esta sexta-feira o PS de "arranjar pretextos" para distrair os portugueses "com detalhes" sobre o Orçamento do Estado e assegurou que o Governo apresentará "mais elementos" do que os anteriores executivos socialistas aos partidos da oposição.

"Sinceramente, arranjar pretextos para estar a distrair as pessoas com detalhes, independentemente da atribuição de valor a esses detalhes, não estou a menosprezar a vontade de ter informação, agora, sinceramente, os portugueses não querem birras", afirmou o primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Em declarações aos jornalistas, depois de votar em Espinho na eleição direta para a liderança do partido, à qual se recandidata, Montenegro assegurou que "este Governo apresentará mais elementos do que os governos anteriores apresentavam às oposições".

"O Governo está empenhado em ter um diálogo sério e leal com todas as forças partidárias e na base desse diálogo estará sempre a partilha de informação. Nós estamos disponíveis para partilhar a informação que é possível partilhar com os partidos da oposição, para que possam ter todas as condições para fazer a sua reflexão e apresentar as suas propostas", acrescentou.

O PS acusou esta sexta-feira o Governo de falta de "boa-fé negocial" sobre o Orçamento do Estado para 2025 por continuar sem enviar "informação imprescindível", manifestando preocupação sobre a capacidade de o executivo garantir "equilíbrio orçamental".

Aos jornalistas, o primeiro-ministro assegurou que tem sido dada resposta ao que os partidos têm solicitado e considerou natural existir, até à apresentação do documento, "muitas oportunidades" para troca de informação e de opinião, lembrando estarem já agendadas reuniões para terça-feira entre o Governo e os partidos que assim o pretenderem.

Enumerando uma série de desafios a que o Orçamento do Estado tem de dar resposta, seja na área da economia, educação, habitação, migração ou saúde, Montenegro disse desejar "que todos os partidos políticos assumam a sua responsabilidade".

"Vamos assentar bem os pés no chão, queremos ou não queremos trabalhar para Portugal? Ou queremos discutir minudências e pequenas questões para arranjar pretextos sempre para andar a distrair as pessoas?", questionou, dizendo que só não esteve presente nas primeiras reuniões com os partidos políticos por motivos de saúde.

"Se alguém quiser fazer esse jogo, faça à vontade, só acho que é pura e simplesmente baixa política", considerou, lembrando que as próximas reuniões com a oposição vão decorrer "no sítio certo", referindo-se à Assembleia da República.

Montenegro disse ainda que os portugueses querem "respostas concretas para os seus problemas" e que, tanto os partidos políticos, como o espaço mediático, "percam menos tempo com aquilo que não interessa, nem resolve os problemas das pessoas, e perca o tempo todo se possível na busca de soluções que ultrapassam os constrangimentos" que sentem.

Questionado sobre o eventual acréscimo de receita fiscal previsto, o primeiro-ministro disse apenas que o debate sobre o Orçamento vai fazer-se "no calendário próprio".

"Não podemos estar a fazer na praça pública uma discussão, que ainda por cima é uma discussão que deve ser séria, profunda e tem um calendário e tempo próprio. Quando houver orçamento vamos falar sobre todos os mapas e todos os números", referiu, acrescentando, no entanto, que poderá ser possível "ter uma receita fiscal que se adeque às necessidades da despesa, mas não no sentido de castigar as pessoas com mais impostos, mas acompanhar o crescimento da economia".

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