A edição de hoje
"Não tirei nenhum benefício desta empresa [ Spinumviva] desde que sou presidente do PSD", garantiu Montenegro.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, em entrevista à CNN Portugal esta segunda-feira, garantiu que tentou nas moções de censura apresentadas pelo Chega e PCP esclarecer a situação da empresa familiar, mas que os "esclarecimentos nunca são suficientes".
Questionado se avança com a candidatura a primeiro-ministro caso seja constituído arguido, Montenegro garantiu que sim e que não "cometeu nenhum crime".
"Não tenho nenhuma razão para me demitir", respondeu, admitindo não recuar e não retirar a moção de confiança.
Luís Montenegro respondeu "creio que não", quando questionado se foi imprudente. O primeiro-ministro garantiu que a empresa foi criada por si, pela esposa e filhos e que a compra e venda de propriedades, objeto da empresa, nunca chegou a acontecer, pelo que " a relação com a lei dos solos é um absurdo". O primeiro-ministro pretendia que os filhos dessem continuidade à atividade da Spinumviva, algo que não era possível na área de formação de Montenegro, a advocacia.
"Eu criei uma área de proteção de dados", explica o primeiro-ministro, acrescentando que "todos os serviços foram prestados". O primeiro-ministro garante que "não saiu um cêntimo da empresa para ninguém" na campanha política. O social-democrata disse que não tirou "nenhum benefício da empresa" desde que é presidente do PSD. Montenegro indicou que os lucros da empresa o ano passado rondam os 23 mil euros, ao passo que, no ano anterior tinham sido de 46 mil euros.
Na entrevista, Luís Montenegro referiu que desde que é "primeiro-ministro que o governo teve uma intervenção direta num litígio entre o estado e a Solverde", cliente da Spinumviva.
O primeiro-ministro explicou que os 62,5% que tinha da empresa foram divididos pela mulher e filhos. A esposa ficou com 70% da sua parte e os dois filhos com 15% cada um. Sobre ter comprado duas casas a pronto em Lisboa, o social-democrata afirma: "O meu património não tem um cêntimo que não seja meu".
No último momento da entrevista, o primeiro-ministro revelou ter acordado com o hotel pagar 250 euros por noite durante a sua estada no edifício enquanto aguarda pelas obras no seu apartamento de Lisboa. Atualmente, Luís Montenegro está a dormir na residência oficial do primeiro-ministro, o Palácio de São Bento, em Lisboa.
Luís Montenegro foi entrevistado na véspera da moção de confiança.
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