"Digo que este é o último acto eleitoral que faço enquanto delegado da CNE. Amanhã apresentarei a minha renúncia porque entendo duas coisas: primeiro, que a minha profissão é juiz e isto tudo desgasta. Segundo, porque é importante dar lugar a outro com ideias novas, estilo diferente", anunciou Paulo Barreto, em declarações à Lusa.
Segundo Paulo Barreto, "é muito importante em democracia que não se pessoalize o cargo e a pessoa".
"Estive aqui quatro anos e dei o máximo que pude, certamente com imperfeições, mas agora vou dar lugar a outro", frisou.
Relativamente às queixas, o delegado da CNE salientou que "elas incidiram sobretudo sobre dois grandes blocos ou situações: primeiro, o transporte ilegal de votantes e, por outro lado, a presença em assembleias de voto de membros de juntas de freguesia que não podiam lá estar e estariam ali para de certo modo condicionar o voto".
Acrescentou que estes casos se registaram em "diversas mesas e freguesias da Madeira", sobretudo nos concelhos do Funchal, Calheta, Machico, S.Vicente, Santa Cruz, Santana e Porto Moniz.
"Em 2007, comparando com outras eleições regionais, a CNE registou "muitas mais queixas de mais situações diferentes, enquanto que hoje se centraram sobretudo nestas duas grandes questões", referiu.
Paulo Barreto declarou que é delegado da CNE na Madeira desde 2007 e sempre se recusou a comentar o que "tenha sido dito por qualquer político, seja coisa boa ou negativa" sobre a sua pessoa ou o exercício do cargo, rejeitando reagir a críticas do cabeça de lista do PSD-M, Alberto João Jardim.