Mariana Mortágua foi, este domingo, eleita a nova coordenadora do Bloco de Esquerda (BE). No discurso de encerramento da XIII Convenção do partido, e o primeiro enquanto nova líder do BE, Mortágua sublinhou as causas e lutas do partido, as metas atingidas ao longo dos 24 anos de história do BE e deixou fortes críticas ao Governo do PS.
A líder do BE avisou "os adversários" do partido que "ainda não viram nada" e apontou que o Bloco "é e sempre será o lugar das causas e das convicções".
"Aos nossos adversários, para quem a esquerda é sempre um projeto condenado, já nos conhecem mas ainda não viram nada da força que vamos saber criar, reinventar, construir, unir", afirmou.
No seu discurso de consagração, logo após o anúncio dos resultados, Mariana Mortágua garantiu também que as mais de duas décadas de história do partido, as 13 convenções até agora, "esta sala cheia, são só o começo do BE".
"Ninguém nos pode calar, ninguém nos intimida", garantiu a nova líder do partido, recordando as lutas do partido."E já todos sabemos - os eleitores do PS melhor do que ninguém - como em pouco mais de um ano se tornou evidente que a maioria absoluta é um tormento de degradação e instabilidade e uma causa de embaraço nacional", declarou Mariana Mortágua, perante os delegados à XIII Convenção.
Entre constantes aplausos, no seu primeiro discurso como coordenadora do BE, Mariana Mortágua estabeleceu as balizas da intervenção do partido nos próximos dois anos para "impedir que continue este caminho de degradação".
"Quem abafar, menorizar ou desvalorizar o pântano criado pela maioria absoluta não está a defender a democracia, mas sim a desresponsabilizar os causadores da fragilização da democracia", disse.
Mariana Mortágua criticou o Governo de António Costa que, considerou, incorre "no vício" de "festejar trunfos que são um tormento".
"Não há pior vício neste governo do que festejar triunfos que são um tormento para as pessoas. Os salários e as pensões ficam mais pequenos mas o Governo pede-vos que agradeçam o excedente orçamental", criticou.
Eleger na Madeira e ser terceira força política nas Europeias
Mariana Mortágua estabeleceu como objetivos voltar a ter representação parlamentar na Madeira este ano e ser a terceira força política nas eleições europeias de 2024.
"Será esta força que irá a votos ao longo dos próximos meses e temos dois objetivos. O primeiro é erguer na Madeira a oposição que Miguel Albuquerque teme, a que não se cala perante esses interesses que abraçam o PSD e o PS Madeira. Haverá uma oposição que leva a sério vida dos madeirenses, a pobreza, a habitação, a saúde. Essa oposição será a força do Roberto Almada, no Parlamento da Madeira a partir de outubro", disse, perante uma ovação, de pé, da sala.