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Marisa Matias aponta "hipocrisia" do Chega ao adiar alterações ao diploma dos solos rústicos

André Ventura alega ser necessário mais tempo para analisar as propostas dos vários partidos.

19 de fevereiro de 2025 às 13:09

A deputada do BE Marisa Matias considerou esta quarta-feira "uma hipocrisia" do Chega ter pedido o adiamento da votação na especialidade das alteração ao diploma que permite construir em solos rústicos e apresentado uma moção de censura ao Governo.

"Tínhamos agendado na comissão de Economia a votação na especialidade da lei dos solos", que "abre o caminho ainda maior ao negócio da especulação" e "que aumenta e muito a possibilidade de conflitos de interesses", afirmou Marisa Matias, acrescentando que a lei "está em vigor com o voto favorável do Chega" e o próprio partido "pediu de forma potestativa, sem avançar nenhum tipo de justificação o adiamento da discussão e votação na especialidade", que era o que permitiria fazer alterações a essa lei".

A eleita do Bloco de Esquerda falava no parlamento, após a reunião da comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação, em que foi adiada a pedido do Chega a votação das propostas de alteração de vários partidos ao decreto-lei 117/2024, que altera o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT), permitindo a reclassificação de solos rústicos em urbanos para construção de habitação.

"O Bloco de Esquerda apresentou uma proposta de cessação de vigência [do diploma] que não passou, nós entendemos que esta lei não deve existir, mas hoje perdeu-se uma oportunidade de votar alterações a essa lei", salientou Marisa Matias.

"Creio que é preocupante que a lei continue em vigor e que haja este adiamento e não nos possamos pronunciar em relação a essas alterações, [...] mas mostra também a enorme hipocrisia da agenda política e da própria moção de censura apresentada pelo grupo parlamentar do Chega, que é uma moção de censura apresentada em relação a uma lei que está em vigor com o voto do Chega e que hoje não podemos votar alterações com o voto do Chega também", apontou.

Para Marisa Matias, "há aqui uma enorme contradição, uma hipocrisia gigante", que o BE decidiu denunciar por entender que "seria importante", na sexta-feira, "no plenário, votar as alterações" que iriam ser aprovadas na especialidade.

"Não houve justificações apresentadas e, portanto, a única questão que resta é saber a quem é que interessa que se mantenha em vigor esta lei dos solos sem nenhum tipo de alterações", questionou.

A deputada referiu que a votação das alterações "vai depender" de quando o assunto poderá ser colocado de novo na agenda, admitindo que isso "poderá ser na próxima semana" ou "daqui a duas semanas".

A votação das alterações ao decreto-lei que altera o RJIGT foi adiada a pedido do Chega, que alegou ser necessário mais tempo para analisar as propostas dos vários partidos.

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