Candidato presidencial defendeu que a imigração é uma área em que deverá existir "uma cultura de compromissos" entre partidos.
O candidato presidencial Marques Mendes afirmou esta segunda-feira que a decisão do Tribunal Constitucional (TC), que considerou inconstitucional a lei dos estrangeiros, foi uma "grande ajuda" ao Governo, embora os membros do executivo não tenham entendido assim.
Luís Marques Mendes falava no final de um almoço promovido pelo International Club of Portugal, em Lisboa, depois de ter sido interrogado, de forma geral, sobre a questão da imigração em Portugal.
Um ponto em que o antigo presidente do PSD e atual membro do Conselho de Estado começou logo por frisar o princípio de que "a imigração é uma grande oportunidade para Portugal" e, por outro lado, em que também retomou a sua ideia de que a futura revisão da lei da nacionalidade deve ser aprovada pelo Governo em consenso (pelo menos) com o PS.
Mas Marques Mendes referiu-se sobretudo às questões levantadas pela lei de estrangeiros, aprovada por PSD/CDS e Chega no parlamento, mas que, depois, foi considerada inconstitucional pelo TC.
Em primeiro lugar, ao contrário de quem dentro do executivo PSD/CDS reagiu contra a decisão do TC, o antigo ministro social-democrata procurou desdramatizar o curso do processo legislativo relativo a proposta do Governo de revisão da lei dos estrangeiros.
"Devo dizer que foi o funcionamento normal das instituições. E quando as instituições funcionam, devemos ficar felizes. O Governo fez uma proposta, o parlamento aprovou uma lei, o Presidente [da República] teve dúvidas e enviou-as ao TC - e o TC deliberou", declarou.
O antigo ministro social-democrata disse mesmo que a decisão do TC poderá ter representado "uma grande ajuda até para o Governo".
"Embora o Governo não tivesse reagido assim, mas foi uma grande ajuda, porque uma lei daquela natureza tem toda a vantagem em passar num crivo do Tribunal Constitucional. Agora corrige-se nos pontos que foram declarados inconstitucionais, será promulgada seguramente a seguir e fica-se com uma lei segura", sustentou.
Ou seja, a futura lei, segundo Marques Mendes, não vai correr "o risco de um tribunal em Faro decidir de uma maneira e um Tribunal em Trás-os-Montes decidir de outra".
"Seria a confusão total", completou.
Do ponto de vista político, o candidato presidencial defendeu então que a imigração é uma área em que deverá existir "uma cultura de compromissos" entre partidos, designadamente na revisão da lei da nacionalidade.
"Devo dizer que, se houver sentido estratégico, esta lei deve ser aprovada num amplo consenso que envolva designadamente obviamente os partidos do Governo e o PS", advogou. Afirmações que proferiu com vários membros do atual Governo a escutarem as suas palavras, entre eles os ministros de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim.
Antes, numa linha de demarcação face à extrema-direita, Marques Mendes tinha advertido que "Portugal não pode viver, nem ter sucesso, sem imigração".
"Não interessa se isto é politicamente correto ou incorreto, é importante. Temos de começar a fazer a pedagogia da verdade e não a pedagogia da ficção", salientou, embora tivesse também acentuado, logo a seguir, os problemas que se acumularam ao nível da integração e da regulação da imigração.
"E a extinção do antigo SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) ajudou brutalmente a esta situação", acrescentou, aqui numa crítica aos governos de António Costa.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.