"Há mais de duas dezenas, quase três dezenas, de inspeções em curso, foram pedidas auditorias, mas eu gostava de sublinhar que para além desse esforço de fiscalização que está em curso, o que temos que fazer é sensibilizar e formar as pessoas para uma cultura que preveja, antecipe, dificulte as práticas ilícitas e a corrupção", afirmou Helena Carreiras, em Matosinhos, no distrito do Porto.
Segundo explicou, algumas daquelas inspeções foram pedidas por ela: "Fui anunciando, de resto, ao longo do último ano o reforço de um conjunto de inspeções, algumas delas são inspeções habituais da Inspeção Nacional da Defesa Nacional, outras foram pedidas por mim explicitamente para podermos dar mais transparência e conhecer melhor aquilo que se passa e sobretudo prevenir situações que aconteceram no passado voltem a acontecer".
Segundo noticia o Diário de Notícias, que cita o gabinete de Helena Carreiras, 17 daquelas 29 inspeções são "relacionadas com empreitadas de obras públicas, contratação pública, fluxos financeiros e sistemas de controlo interno, execução da Lei de Infraestruturas Militares e da Lei de Programação Militar".
Novamente confrontada com as declarações ao Expresso do ex-diretor de Serviços de Gestão Financeira do Ministério da Defesa Nacional, acusado de corrupção e branqueamento na operação Tempestade Perfeita, de que aquele ministério financiou "ao longo dos anos" as investigações académicas de Helena Carreiras para que a investigadora desse um "carimbo científico" aos dados recolhidos pela Direção-Geral do Ministério da Defesa, Helena Carreiras refutou aquelas acusações.
"São calúnias, são acusações absolutamente infundadas (...) "Não podemos deixar-nos intimidar nem permitir que acusações como esta, de pessoas que estão acusadas de corrupção e que numa estratégia reconhecida procuram sujar e alancar suspeitas sobre outros vinguem", disse.
"Não vale tudo e, portanto, temos que combater esse tipo de afirmações com os factos", concluiu.
As declarações de Paulo Branco, de acordo com o Expresso, foram prestadas em julho perante a procuradora do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, tendo Paulo Branco desvalorizado os trabalhos da catedrática, que estudou sociologia militar mais de 20 anos.
Segundo o Expresso, no site do ISCTE estão dois estudos financiados pela Direção-Geral de Recursos de Defesa Nacional (DGRDN) e um pelo Ministério da Defesa, que foram coordenados por Helena Carreiras, com o valor total de 20,4 mil euros, dos quais 10,8 mil euros foram para remunerar a investigadora.