A audição de Rui Pereira foi hoje marcada para sexta-feira às 14h30 na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, tendo o seu presidente, o deputado socialista Osvaldo de Castro, pedido ao ministro da Administração Interna, através do ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, o envio ao Parlamento do relatório elaborado pela Universidade do Minho.
PSD, CDS-PP, BE e PCP insistiram na necessidade de acederem ao relatório antes da audição do ministro. "Acho que o relatório é absolutamente imprescindível, pedi-o com a máxima urgência, mas não o posso garantir", respondeu Osvaldo de Castro.
O deputado social-democrata Luís Montenegro argumentou que "para que se possa proceder à discussão de um matéria profunda, com alguma complexidade" os deputados têm que ter acesso ao relatório elaborado pela Universidade do Minho sobre os problemas decorridos no dia das eleições presidenciais.
O deputado do CDS-PP Nuno Magalhães afirmou que, caso o relatório não chegue, "em tempo considerado útil", antes da audiência do ministro, os democratas-cristãos pedirão nova vinda de Rui Pereira ao Parlamento.
Helena Pinto, pelo BE, sublinhou que se o relatório "chegar na sexta de manhã ou quinta ao fim do dia, esta comissão não tem condições para fazer uma audição com a profundidade necessária".
Para o deputado comunista António Filipe, "é de esperar, em nome do mais elementar respeito para com a Assembleia da República, que o relatório seja enviado atempadamente".
Os problemas registados nas eleições presidenciais de 23 de Janeiro levaram o ministro Rui Pereira a pedir um inquérito à Universidade do Minho. Na sequência da confusão vivida pelos eleitores nas urnas, o director-geral da administração interna, Paulo Machado, e o director-geral da administração eleitoral, Jorge Miguéis, pediram a demissão. Na terça-feira, Rui Pereira, já na posse do relatório, aceitou o pedido de demissão de Paulo Machado, nomeando para o cargo Jorge Costa, mas recusou a saída de Jorge Miguéis.