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Braço de ferro mantém-se. Pardal Henriques acusa ANTRAM de "não querer evitar uma possível greve por 50 euros"

André Almeida garante que o sindicato mantém "espada sobre a cabeça da ANTRAM" após reunião com SNMMP e Governo.

20 de agosto de 2019 às 20:02

Pardal Henriques do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) reagiu às declarações da ANTRAM após a reunião que juntou patrões, empregados e Governo como mediador e admitiu mesmo a possibilidade de uma nova greve.

O Sindicato dos motoristas afirma que a recusa de dois pilares fundamentais "para a dignidade dos trabalhadores" implica a dificuldade nas negociações. "Não abdicamos de dois princípios: que os trabalhadores sejam valorizados e que as horas extraordinárias sejam pagas às pessoas", sublinhou.

Por essa razão, esta quarta-feira, serão anunciadas "novas formas de luta".

Pardal Henriques acusa também a ANTRAM de "não evita uma possível greve por causa de 50 euros".Em resposta às acusações de André Matias Almeida, de que a mediação não avançava por culpa do sindicato, Pardal Henriques argumentou que "o sindicato esteve sempre disponível para negociar"."Se o que impedia as negociações era a greve, nós demos um passo atrás e desconvocámos a greve para retirar aquilo que a Antram dizia ser uma espada sobre a cabeça", enfatizou.O sindicato considera que a questão do pagamento das horas extraordinárias e o aumento do subsídio de manuseamento de matérias perigosas em mais 50 euros "para 800 pessoas", são exemplos dos princípios defendidos.

André Almeida da ANTRAM diz que SNMMP recusou negociações

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) foi chamada pelo Governo para uma nova reunião esta terça-feira à noite, na qual esperava que fosse assinado um acordo de mediação com o sindicato dos motoristas de matérias perigosas.

Porém, após a reunião entre patrões, empregados e Governo, André Almeida disse que o sindicato não aceitou "processo de negociação" e que Pedro Pardal Henriques terá de dar explicações ao País. 

"O sindicato quer impôr o resultado final" acusa o porta-voz da Antram e acrescenta que o SNMMP manteve a espada sobre a cabeça dos patrões.

"Hoje deixámos aqui um documento de manhã onde abríamos quase tudo à mediação. Fomos chamados [esta noite] ao Ministério das Infraestruturas para sermos informados de que o sindicato não aceita a mediação e quer impor aumentos salariais e o pagamento de horas suplementares, e isso não é um processo de mediação", disse o porta-voz da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) aos jornalistas, em Lisboa.

Antes da reunião: ANTRAM estava confiante

"De manhã estivemos a discutir o âmbito da mediação, creio que podemos vir aqui assinar um acordo para essa mediação, porque a Antram mostrou hoje de manhã que estaria disponível. É na mediação que as coisas se fazem", disse o porta-voz da associação patronal, André Matias de Almeida, que falava aos jornalistas à chegada ao Ministério das Infraestruturas e da Habitação, em Lisboa.

Numa resposta escrita à Lusa, André Matias de Almeida já tinha observado não saber se a reunião desta noite será apenas com o Governo ou também com o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP).

A Antram já esteve reunida esta manhã com o Governo, mas à saída do encontro escusou-se a prestar declarações.

Já de tarde, o advogado Pedro Pardal Henriques, que representa o SNMMP, remeteu declarações sobre o conteúdo das negociações para mais tarde, mostrando-se preocupado por o Governo se ter reunido com a Antram sem a presença do sindicato, mas afirmou que iria dar "o benefício da dúvida".

Portugal deixou de estar em crise energética, devido à greve de motoristas de pesados, desde as 00:00 de hoje, acabando os limites ao abastecimento de combustível.

O Governo aprovou na segunda-feira, em reunião eletrónica do Conselho de Ministros, o fim da crise energética declarada há 10 dias devido à greve de motoristas de pesados, a partir das 23h59 desse dia.

No domingo, SNMMP decidiu, em plenário, desconvocar a greve, que se iniciou no dia 12.

A paralisação foi inicialmente convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas (SIMM), mas este último desconvocou o protesto na quinta-feira à noite, após um encontro com a Antram sob mediação do Governo.

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