Presidente da República disse que "faz parte da lógica da própria eleição presidencial e da lógica do juramento como Presidente da República jurar fazer cumprir a Constituição do regime democrático".
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou hoje que, pelo seu percurso e pelo juramento que fez ao assumir funções, não é certamente contra o regime, e defendeu que de outro modo não podia ser Presidente da República.
O chefe de Estado falava em declarações aos jornalistas junto à Torre de Belém, em Lisboa, depois de questionado se se sente "um Presidente do regime", como o qualificou a diplomata e ex-eurodeputada do PS Ana Gomes, antevendo que será "um candidato do regime" às presidenciais de 2021.
"Sabe que um Presidente da República que votou a Constituição como constituinte, que participou na primeira revisão constitucional e que foi eleito e jurou cumprir e fazer cumprir a Constituição não é certamente um Presidente contra o regime, porque senão não era Presidente da República", respondeu.
Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que "faz parte da lógica da própria eleição presidencial e da lógica do juramento como Presidente da República jurar fazer cumprir a Constituição do regime democrático - e não subverter o regime democrático e não substituí-lo por um regime ditatorial, e não questionar o regime democrático".
"Mas isso, se perguntar a qualquer Presidente que jurou a sua Constituição, dirá o mesmo", acrescentou, dirigindo-se para o jornalista que lhe tinha colocado a pergunta.
Antes, interrogado sobre a reiterada intenção de voto que recebeu hoje do presidente da Assembleia da República, o socialista Eduardo Ferro Rodrigues, o chefe de Estado sustentou que só "a bolha mediática" dá importância agora às presidenciais.
Segundo o Presidente da República, "as pessoas têm de perceber que uma coisa é a bolha mediática e outra coisa é o que os portugueses sentem e pensam".
"A bolha, que eu conheço bem, porque também pertenci a essa bolha, quando era comentador político, está noutra onda, que é discutir aquilo que se vai passar daqui a uns meses e depois como é que será, não será e tal. Mas não é o que está na cabeça dos portugueses e o que preocupa os portugueses", prosseguiu.
Marcelo Rebelo de Sousa apontou como preocupações atuais dos portugueses a saúde e a economia: "O resto, com o devido respeito, as eleições são sempre muito importantes em democracia, mas neste momento não são a prioridade dos portugueses".
"Vamo-nos concentrar no que é fundamental, vamos continuar a ganhar esta maratona, e depois, no meio disso, logo se verá quem é candidato, quem não é, quem concorre, quem não concorre, o resultado da votação qual é. Francamente, até chegarmos lá temos de ganhar o essencial da maratona, é o mais importante de tudo", apelou.
No domingo à noite, na SIC-Notícias, Ana Gomes criticou o secretário-geral do PS por ter manifestado na qualidade de primeiro-ministro a expectativa de continuar a trabalhar com o atual Presidente da República já num segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, dando como certa a sua recandidatura e reeleição nas presidenciais de 2021.
Questionada se, face à posição assumida por António Costa, que considerou perigosa para a democracia, admite mudar de ideias e candidatar-se a Presidente da República, a ex-eurodeputada socialista respondeu: "Admito refletir, é isso que vou fazer".
Confrontado com uma eventual candidatura de Ana Gomes às presidenciais, o presidente da Assembleia da República e antigo secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues, disse hoje que mantém a intenção de votar "sem hesitações" em Marcelo Rebelo de Sousa se o Presidente da República se candidatar a um segundo mandato.
Ferro Rodrigues reiterou esta posição antes de almoçar no Bairro Alto, em Lisboa, com o primeiro-ministro, António Costa, que durante a manhã, em entrevista à TSF, considerou que há um "sentimento popular" maioritário a favor da reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa.
No plano partidário, António Costa confirmou que o próximo congresso do PS, previsto inicialmente para maio, se realizará só no primeiro trimestre de 2021, já depois das eleições presidenciais, em relação às quais o partido "tomará uma posição no devido momento, se assim o entender fazer".
IEL (PMF) // JPS
Lusa/Fim
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