O Governo acusa Passos Coelho de ter deixado a maior parte dos projetos de obras públicas apenas no papel. A resposta surge depois de, em entrevista à
CMTV, o presidente do PSD ter acusado o atual Executivo de, passados dois anos, não ter feito "nada" do que estava acordado ao nível das obras públicas.
"Os estudos e projetos técnicos necessários ao avanço da quase totalidade das obras não estavam realizados", disse fonte oficial do Ministério do Planeamento e Infraestruturas ao
CM. "Passos Coelho deixou as obras apenas em Powerpoint".
Em causa estão grande parte das obras prioritárias do Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas. O investimento, comparticipado por fundos comunitários, ultrapassa os 5 mil milhões de euros, até 2020.
Um dos projetos polémicos é a autoestrada Coimbra-Viseu, que substituirá o atual IP3. "Foi feita uma apresentação pública, em véspera das eleições, mas não havia qualquer projeto realizado", diz fonte oficial. O Governo assegurou ao
CM que estão neste momento a ser feitos os estudos prévios para a comparação dos traçados.
O atual Executivo alega também ter encontrado problemas na ferrovia. "No Plano, a linha de Cascais tinha assegurado financiamento europeu de 128 milhões. No entanto, no Portugal 2020, que concentra todos os fundos europeus, nada consta sobre a linha de Cascais", disse ao
Correio da Manhã fonte do Governo. O mesmo aconteceu na linha Aveiro--Mangualde, cujas obras "orçadas em mais de 600 milhões não tinham qualquer financiamento assegurado".
O PSD, pelas vozes de Passos Coelho e de Maria Luís Albuquerque, quer saber que infraestruturas estarão prontas em 2020 para poderem discutir o próximo quadro de apoios. O ministério aponta "para 2021/22 a conclusão dos projetos previstos" na ferrovia.