Paulo Raimundo reforçou que é necessário esclarecer tudo o que aconteceu com o descarrilamento do Elevador da Glória e, a partir daí, retirar "as ilações todas".
O secretário-geral do PCP perguntou esta sexta-feira ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, se considera que tem condições para continuar no cargo, desafiando-o a ser coerente com declarações que fez no passado.
Em declarações no arranque da Festa do Avante, na Quinta da Atalaia, Seixal, Paulo Raimundo defendeu que é preciso que "rapidamente se esclareça" porquê e como é que aconteceu o descarrilamento do Elevador da Glória, na quarta-feira, para, depois, "se apurarem responsabilidades técnicas e políticas".
Questionado se defende a demissão de Carlos Moedas, Paulo Raimundo respondeu que "pela boca morre o peixe", aludindo a declarações do atual presidente da Câmara de Lisboa em 2021, após a polémica do chamado "Russiagate", quando pediu a demissão do então autarca Fernando Medina, considerando que era necessário "um novo tipo de políticos, os que assumiam as suas responsabilidades, mesmo perante um erro técnico".
Lamentando que a coerência não seja "propriamente, hoje, uma grande virtude de muita gente", Paulo Raimundo defendeu, contudo, que "há que ser coerente".
"E essa é uma pergunta [da demissão de Carlos Moedas] que me faz com toda a justiça e eu devolvo a Carlos Moedas, ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa: se ele acha mesmo que, face àquilo que afirmou em outros momentos, por um lado, e face às responsabilidades que tem, se ele acha que tem condições para continuar com as responsabilidades que tem?", questionou.
Paulo Raimundo reforçou que é necessário esclarecer tudo o que aconteceu com o descarrilamento do Elevador da Glória e, a partir daí, retirar "as ilações todas: umas serão técnicas e também haverá eventualmente ilações políticas a tirar".
"E quem tem a responsabilidade política, não pode passar ao lado das suas próprias responsabilidades. Eu não queria estar a adiantar conclusões sem que elas sejam tiradas, mas, em coerência, alguém vai ter de tomar consequências políticas deste trágico acidente", defendeu.
O secretário-geral do PCP abordou ainda as autárquicas de 12 de outubro para salientar que, nessas eleições, os lisboetas terão a ocasião de "demonstrarem essa condenação de opções políticas que não são só da responsabilidade do PSD, mas também são PS".
Sobre como avalia a postura de Carlos Moedas desde o acidente, Paulo Raimundo reconheceu que "não é uma situação fácil de gerir", mas frisou que "problemas com esta gravidade e com esta dimensão" não se resolvem com "limpar responsabilidades nem com fugas para a frente".
Paulo Raimundo recordou que os vereadores do PCP em Lisboa exigiram uma reunião da Câmara Municipal, que tem a tutela da Carris, sobre esta situação lamentando que não tenha "havido tempo" para a realizar.
"Eu acho que isso é muito revelador. Houve tempo para um Conselho de Ministros extraordinário, para uma conferência de imprensa... Acho que isto é muito revelador da postura, mas volto a dizer, tenho a certeza que não é fácil nem simples gerir uma situação destas", afirmou.
Interrogado se o PCP não teme repercussões nas autárquicas ao ter optado por não cancelar a Festa do Avante! apesar do descarrilamento do Elevador da Glória, Paulo Raimundo disse que o certame comunista vai discutir "muita coisa da vida das pessoas", incluindo "a questão das infraestruturas e das respostas que o Estado devia dar e não dá".
"Se nós quiséssemos ser demagogos, hipócritas, então se calhar teríamos tido a atitude que outros tiveram. Ora, nós não somos nem demagogos, nem hipócritas, a vida aqui está a correr para criar as condições também para que acidentes como aqueles que ocorreram na quarta-feira não voltem a acontecer", disse.
Paulo Raimundo considerou ainda ser curioso que, a caminho da Quinta da Atalaia, tenha ouvido "vários dirigentes partidários" a falar na rádio.
"E eu pensei para mim: 'então mas não iam suspender toda a atividade partidária?'. Pronto, fica a incógnita", afirmou.
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