José Luís Carneiro terá direito a indicar 35% da totalidade dos lugares.
O novo líder do PS, Pedro Nuno Santos, chegou a um acordo com José Luís Carneiro, o candidato que derrotou na corrida ao cargo de secretário-geral, para fazerem listas de unidade para as comissões Nacional e Política.
Este acordo para listas únicas foi fechado na sexta-feira, tal como o jornal Público esta terça-feira avançou, e foi confirmado à agência Lusa por elementos da equipa do atual ministro da Administração Interna e do núcleo político do novo secretário-geral do PS.
Nas listas para a Comissão Nacional do PS, o órgão máximo partidário entre congressos, José Luís Carneiro terá direito a indicar 35% da totalidade dos lugares, e o mesmo princípio vai estender-se à Comissão Política.
Por outro lado, o acordo tem também uma dimensão política programática. José Luís Carneiro vai indicar o coordenador da sua moção de orientação política, o secretário de Estado da Presidência, André Moz Caldas, para se articular com a ex-ministra Alexandra Leitão, que coordenou a moção de Pedro Nuno Santos, na elaboração do programa que o PS apresentará para as eleições legislativas antecipadas de 10 de março.
No plano político, logo na noite de 16 de dezembro em que Pedro Nuno Santos foi eleito secretário-geral do PS, tanto o novo líder, como o candidato derrotado, fizeram discursos com notas de abertura para uma unidade interna.
Pedro Nuno Santos afirmou que contava com José Luís Carneiro, assim como com a participação do ex-secretário-geral, António Costa, na campanha para as eleições legislativas. Por sua vez, José Luís Carneiro, no discurso em que assumiu a derrota nas eleições internas do PS, acentuou que "estava disponível para a unidade, com respeito pela pluralidade interna".
"Cabe à nova liderança construir essa unidade", acrescentou nesse discurso que proferiu na noite de 16 de dezembro.
Ainda no que respeita ao calendário para a eleição dos futuros órgãos nacionais do PS, ao contrário do que tem sido habitual, desta vez, Pedro Nuno Santos considera vantajoso que a Comissão Política Nacional, o órgão de direção alargada, seja eleita já no próximo domingo, no encerramento do congresso, imediatamente após a eleição e constituição da Comissão Nacional.
Assim, para a primeira reunião da Comissão Nacional do PS após o congresso deste fim de semana, ficarão as eleições dos órgãos de direção restrita: O Secretariado Nacional e a Comissão Permanente. Em relação a estes órgãos, desconhece-se se Pedro Nuno Santos optará por convidar elementos que apoiaram José Luís Carneiro.
No passado dia 16, nas eleições diretas para a liderança deste partido, Pedro Nuno Santos foi eleito secretário-geral do PS, com 24.080 votos, correspondentes a 62%. José Luís Carneiro foi o segundo mais votado, com 14.868 votos, correspondentes a 36%, e Daniel Adrião ficou em terceiro lugar, com 382 votos, 1%.
A candidatura de Pedro Nuno Santos elegeu também a maioria dos delegados ao Congresso do PS, 909, seguindo-se a de José Luís Carneiro, que elegeu 407, enquanto a de Daniel Adrião elegeu cinco delegados, de acordo com o presidente da COC, que referiu que estes são resultados provisórios.
Nas negociações entre Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro, a equipa do atual líder, num momento inicial, apenas pretendeu atribuir à linha do ministro da Administração Interna cerca de 31% do total de membros nas comissões Nacional e Política do PS, partindo da ideia de que será este o peso que os delegados afetos a Carneiro irão ter no congresso deste fim de semana na Feira Internacional de Lisboa (FIL).
A candidatura de José Luís Carneiro, pelo contrário, contrapôs que a votação no atual ministro chegou quase aos 37% e que, habitualmente, nos congressos, as listas das minorias conseguem subir em relação ao seu peso em termos de delegados nas votações para a Comissão Nacional.
O acordo entre Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro acabou por fechar nos 35%.
O PS tem aproximadamente 80 mil filiados, dos quais cerca de 60 mil tiveram direito a votar nestas eleições diretas, por estarem inscritos há pelo menos seis meses e com quotas em dia. Votaram nas últimas eleições diretas e para a escolha de delegados ao congresso cerca de 40 mil.
Este processo eleitoral no PS foi aberto com a demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro, em 07 de novembro, após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e decidiu dissolver o parlamento e marcou eleições legislativas antecipadas para 10 de março.
António Costa foi pela primeira vez eleito secretário-geral do PS em 22 de novembro de 2014, dois meses depois de ter vencido as primárias para candidato do partido ao cargo de primeiro-ministro, abertas a não militantes, que disputou com o então líder António José Seguro, em setembro desse ano. É primeiro-ministro desde 26 de novembro de 2015.
Além do novo líder do partido, os militantes socialistas votaram para eleger 1.400 delegados ao Congresso Nacional do PS, que se reunirá entre 05 e 07 de janeiro, na Feira Internacional de Lisboa -- aos quais aos se juntam 1.100 delegados por inerência.
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