Durante 2018 e 2019, Portugal acolheu 186 pessoas resgatadas por navios humanitários.
O ministro da Administração Interna anunciou esta segunda-feira que a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2020 vai contemplar, pela primeira vez, verbas para as organizações não governamentais (ONG) que acolhem refugiados em Portugal.
"As ONG vão ter, pela primeira vez, no mecanismo do OE financiamento através do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras [SEF] para melhorar a inclusão de refugiados que queremos acolher em Portugal", avançou Eduardo Cabrita.
O ministro falava à agência Lusa a propósito da sua participação no primeiro fórum global para os refugiados, que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) promove, na terça-feira e na quarta-feira, em Genebra.
O governante destacou que esta verba para as ONG vai ficar "pela primeira vez" expressa num Orçamento do Estado.
"O OE prevê expressamente que os fundos de apoio à migração que são geridos pelo Ministério da Administração Interna irão permitir ao SEF assumir a contrapartida nacional das ações a desenvolver pelas organizações não governamentais", frisou.
Eduardo Cabrita referiu que atualmente já é o Ministério da Administração Interna a suportar, no essencial, a atividade do Conselho Português para os Refugiados e de outras estruturas, mas existem "dificuldades em assumir a parte que é a contrapartida nacional, mesmo quando há um financiamento por fundos europeus, por exemplo de 75%".
O ministro adiantou que o OE vai também permitir financiar os mediadores culturais através do SEF, estando prevista uma verba de um milhão de euros.
"Nesta dimensão, nós queremos garantir as fronteiras externas de União Europeia e de Portugal, mas queremos assumir plenamente uma dimensão humanitária e solidária. O OE irá, pela primeira vez, refletir expressamente essa opção", sustentou.
Sobre o fórum global para os refugiados, Eduardo Cabrita considerou ser "muito importante que as Nações Unidas" organizem, pela primeira, uma iniciativa deste género, destacando que Portugal "tem consistentemente" participado nos planos europeus de acolhimento de refugiados.
Segundo o ministro, Portugal acolheu refugiados ao abrigo do programa de recolocação, está a participar no programa voluntário de reinstalação do ACNUR, a partir do Egito e da Turquia, e tem respondido sempre positivamente a todas as situações de emergência que têm sido colocadas nos últimos meses, em consequência dos resgates de migrantes no Mediterrâneo por navios humanitários.
Portugal acolheu, entre dezembro de 2015 e março de 2018, ao abrigo do programa de recolocação, 1.552 refugiados, distribuídos por 99 municípios, provenientes da Grécia (1.192) e da Itália (360).
No âmbito do programa voluntário de reinstalação do ACNUR, Portugal assumiu o compromisso de reinstalar até 1.010 refugiados, tendo chegado, até ao momento, 403 refugiados (179 a partir da Turquia e 224 a partir do Egito).
Durante 2018 e 2019, Portugal acolheu 186 pessoas resgatadas por navios humanitários.
Apesar de Portugal ter vindo a participar em todas estas situações de emergência, o Governo português tem defendido "uma solução europeia integrada, estável e permanente para responder ao desafio migratório".
Eduardo Cabrita vai fazer uma intervenção na terça-feira à tarde na sessão plenária de alto nível do fórum global para os refugiados e de manhã terá também uma reunião bilateral com o diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações, António Vitorino.
O fórum, que contará com a presença do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, vai reunir delegações de 149 países e constitui a primeira concretização do Pacto Global dos Refugiados, aprovado em Assembleia Geral das Nações Unidas em dezembro de 2018.
A iniciativa conta também com a secretária de Estado para a Integração e as Migrações, Cláudia Pereira.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.