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PS disponível para cooperar com Governo na melhoria do sistema de segurança interna

José Luís Carneiro reconhece os desafios resultantes do aumento dos fluxos de pessoas no país.

07 de janeiro de 2025 às 16:43

O deputado do PS José Luís Carneiro manifestou esta terça-feira a disponibilidade do partido para cooperar com o Governo no sentido de melhorar o sistema de segurança interna, reconhecendo os desafios resultantes do aumento dos fluxos de pessoas no país.

Num debate parlamentar em plenário marcado pelo Chega sobre o estado da segurança em Portugal, José Luís Carneiro, antigo ministro da Administração Interna, sublinhou a evolução positiva da posição de Portugal na lista dos países mais pacíficos do mundo ao longo dos últimos anos e a descida no número de crimes violentos e participações criminais, mas frisou a necessidade de "considerar os fluxos que o país tem conhecido"

Carneiro lembrou que o aumento, por exemplo, do turismo, trouxe maior exigência para as forças de segurança, a Administração Interna e a Justiça e manifestou a disponibilidade do PS para "cooperar, aperfeiçoar e melhorar o sistema de segurança interna" por considerar que ainda há "muito a fazer".

"Onde alguns procuram lançar o conflito e a competição e a clivagem, estamos aqui para dizer que só com cooperação é que o país continuará a ter no futuro esta marca de país pacífico e seguro. Sabemos bem que há aqueles que medram no caos, mas nós não queremos medrar no caos", concluiu.

O líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, abriu a discussão marcada pelo seu partido acusando os jornalistas, o primeiro-ministro e o Presidente da República de negarem o que diz ser a crescente insegurança no país, normalizando-a e dizendo que "são apenas perceções".

O deputado do Chega defendeu que os crimes em Portugal são diários e o seu aumento está relacionado com o aumento da imigração, nomeadamente na criminalidade contra mulheres, tráfico de seres humanos, esfaqueamento ou roubos à mão armada.

"É preciso ter cuidado com quem entra no nosso país. Dizem que não, o aumento da imigração não tem nada a ver com os crimes. Sim, tem a ver com os crimes. Vou dar o exemplo de Albufeira, que era um concelho pacato do nosso Algarve, mas que tem o maior índice de criminalidade em Portugal. (...) Para além desse índice de criminalidade também tem o maior número de imigrantes em Portugal", argumentou.

João Almeida, deputado do CDS-PP, disse que "falar de segurança não é tabu, não é inoportuno e não é incómodo", defendendo que os portugueses têm direito a "viver num país seguro" e as forças de seguranças merecem apoio e consideração dos parlamentares e enumerando o que diz ser um aumento de vários tipos de criminalidade no país.

O centrista defendeu ainda que a operação policial no Martim Moniz no final de 2024 "não foi mais do que aquilo que aconteceu várias vezes" ao longo do ano passado sob a atual governação, quer da governação socialista que o antecedeu.

"Nós dizemos o que sempre dissemos: estamos ao lado das mulheres e homens das forças de segurança porque nos representam todos os dias aqueles que vestem uma farda e todos os dias zelam pela nossa segurança. Defendemos a segurança para todos os portugueses. Defendemos a justiça para os portugueses que são vítimas de crime", disse.

Já o deputado comunista António Filipe sublinhou que o PCP se preocupa com a segurança e a tranquilidade dos cidadãos e as forças policiais devem ver salvaguardados os meios para o seu trabalho, mas disse que o debate feito hoje em plenário é "alarmista" e "baseado em perceções".

António Filipe argumentou que ao "aumento significativo da imigração em Portugal não correspondeu minimamente nenhum aumento da criminalidade" e apontou o que diz ser uma "convergência enorme do CDS e do Chega" nesta matéria.

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