O PS de Esposende exige que o caso da derrocada que tirou a vida a dois jovens de 22 anos, quarta-feira, em Palmeira de Faro, "vá até às últimas consequências".
Através das redes sociais, o partido da oposição diz que, naquele concelho, "a lei tem sido de aplicação meramente facultativa, consoante as vontades da câmara".
O Partido Socialista diz ter "sérias suspeitas de que a câmara municipal, e o seu presidente, têm responsabilidade no que se passou, designadamente no licenciamento da obra recentemente edificada, situada num plano superior, cuja parte do logradouro ruiu sobre a casa onde se encontravam as vítimas". E avança que vai solicitar à Procuradoria-Geral da República que peça uma perícia ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil de forma a determinar o que efetivamente ocorreu.
"A Câmara Municipal de Esposende é conhecida pelas facilidades, concedidas a alguns, permitindo construções em cima de linhas de água, sobre escarpas, sobre dunas primárias, em violação de Planos de Ordenamento, tudo sem que até agora as entidades competentes tenham agido administrativa e criminalmente, em punição de inúmeras ilegalidades", refere o PS.
Uma derrocada matou Susana Gonçalves e Fábio Veloso, de 22 anos, no quarto onde dormiam, em Palmeira de Faro, Esposende, na quarta-feira de madrugada. A mãe de Susana, dois irmãos (um ainda bebé) e o companheiro da mãe sobreviveram.
O município indicou, num primeiro comunicado, que "o processo de licenciamento desta habitação decorreu com normalidade, desconhecendo-se a existência de qualquer reclamação apresentada pelo proprietário desta habitação quanto a eventuais situações que pudessem pôr em perigo a mesma".
A autarquia viria a declarar "situação de alerta municipal" na zona afetada pelo incidente, a partir das 20h00 de quinta-feira, referindo que vai avançar com um estudo geotécnico, a desenvolver por técnicos da Universidade do Minho para aferir as condições de segurança e sustentabilidade dos terrenos da área afetada.