Ministro da Segurança Social falou esta segunda-feira no Parlamento.
1 / 2
O CDS-PP anunciou esta terça-feira que vai insistir por escrito com questões dirigidas ao ministro da Segurança Social, Vieira da Silva, e a sua relação com a associação Raríssimas, que considera não terem sido cabalmente esclarecidas em comissão parlamentar.
"Ficaram por responder várias questões e o CDS não está satisfeito com as explicações", declarou o deputado centrista António Carlos Monteiro, em conferência de imprensa, no parlamento, acompanhado pelo também deputado e porta-voz do partido, João Almeida.
As 15 questões do CDS vão desde o paradeiro da carta com uma denúncia da Federação de Doenças Raras (FEDRA), enviada à Segurança Social, ao conteúdo do documento que Vieira da Silva estará a assinar durante a celebração de um protocolo entre a Raríssimas e uma federação sueca, até ao conhecimento dos "gastos excessivos" da instituição e a consultoria paga pela associação a ao ex-secretário de Estado da Saúde Manuel Delgado.
"O senhor ministro não explicou como foi possível a carta andar perdida nos serviços até a comunicação social o confrontar com ela. Como foi possível que a FEDRA faça uma queixa e durante quase um ano não aconteça nada e só se aperceba dela pela comunicação social?", questiona por escrito o CDS.
Os centristas querem saber se Vieira da Silva não considera que a carta, que refere gastos com viagens de Paula Brito e Costa e familiares, tem indícios de "gestão danosa", uma acusação que o ministro negou ter recebido durante uma conferência de imprensa na semana passada.
António Carlos Monteiro insiste também no protocolo entre a Raríssimas e a fundação sueca Agrenska, que, declarou, Vieira da Silva "apadrinhou no seu gabinete", "permitindo a associação da sua imagem, do seu cargo e do Governo a uma entidade que formalmente não existia", já que a associação portuguesa não era uma fundação.
"Na altura em que o fez, sabia que os serviços da Segurança Social tinham dado parecer negativo à 'Fundação' Raríssimas por ela não cumprir os mínimos legais básicos e essenciais para ser uma fundação?", interroga.
O deputado insiste no esclarecimento do conteúdo da imagem que exibiu na segunda-feira na comissão parlamentar: "Existe uma fotografia com o senhor ministro a assinar um documento. O que é que o senhor ministro assinou naquela cerimónia?'".
"Quantas outras instituições, fundações ou associações tiveram o privilégio de ir ao seu ministério e na sua presença assinarem documentos particulares, protocolos entre associações, sem, alegadamente, terem intervenção do Governo?", pergunta o CDS.
Os centristas remetem ao ministro um lote de perguntas referentes à atribuição de 150 mil euros à Raríssima do Fundo de Socorro Social para "reequilíbrio financeiro da instituição".
O CDS quer saber se os serviços da Segurança Social analisaram as contas da instituição nessa altura, se dessa análise foram detetados "gastos excessivos em vencimentos ou consultorias" e se, Vieira da Silva não "sentiu necessidade de pedir escusa na decisão", face à "sua especial proximidade à instituição", a cujos órgãos sociais pertenceu.
Sobre Vieira da Silva ter sido vice-presidente da Assembleia-geral da Raríssimas, entre 2013 e 2015, o CDS insiste em saber se durante esse período não se apercebeu de "gastos excessivos", designadamente, "valores muito elevados em consultorias", e, especificamente, serviços prestados por Manuel Delgado.
O ex-secretário de Estado da Saúde Manuel Delgado foi consultor da associação entre 2013 e 2014, tendo-se demitido do Governo na semana passada, na sequência da reportagem da TVI sobre a gestão da Raríssimas.
"Na véspera de tomar posse participou na Assembleia-geral de dia 25 de novembro de 2015. Não sentiu necessidade de pedir escusa, uma vez que iria assumir um cargo em que a iria tutelar?", questiona o CDS.
António Carlos Monteiro sublinhou que, pelo contrário, na ata dessa reunião da assembleia-geral da Raríssimas se pode ler que Vieira da Silva disse que ira continuar a "acompanhar a instituição".
Vieira da Silva defendeu na segunda-feira que mantém todas as condições para se manter no cargo e no Governo. Questionado pelos jornalistas no final da audição sobre se sente que "mantém todas as condições para continuar à frente deste cargo e no Governo", respondeu apenas: "obviamente que sinto".
O ministro disse na audição que a queixa apresentada pela Federação de Associações de Doenças Raras (FEDRA) por alegada gestão danosa da presidente da Raríssimas foi incluída na investigação da Inspeção-geral.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.