A edição de hoje
Coletivo de juízes vai marcar a data para a primeira vez em que um ex-primeiro-ministro se irá sentar no banco dos réus. Processo teve múltiplos contratempos ao longo de uma década.
É esta segunda-feira, 3769 dias depois de ser detido, que o antigo primeiro-ministro José Sócrates irá saber quando será julgado pelos crimes que lhe são imputados na ‘Operação Marquês’. Uma decisão que dará início às diligências depois de mais de uma década de adiamentos.
Ao ex-chefe do Governo são apontados 22 crimes: três de corrupção, 13 de branqueamento de capitais e seis de fraude fiscal. Mas este número foi mudando ao longo dos muitos percalços neste processo.
Primeiro, José Sócrates foi acusado de 33 crimes, mas a decisão instrutória do juiz Ivo Rosa, já em 2021, deitou por terra quase toda a acusação, apenas sobrevivendo três crimes. O procurador Rosário Teixeira nem evitou levar as mãos à cabeça enquanto o magistrado lia a decisão instrutória.
Já em janeiro de 2024, o coletivo de desembargadoras da Relação de Lisboa deu razão ao recurso do Ministério Público e recuperou quase toda a acusação que tinha sido derrubada por Ivo Rosa.
Durante todo este tempo, a defesa do ex-primeiro-ministro apresentou uma série de recursos, foi de tribunal em tribunal, o que arrastou todo o processo da justiça.
Tudo começou na noite de 21 de novembro de 2014, altura em que Sócrates foi detido no Aeroporto de Lisboa, passando dez meses em prisão preventiva. Agora vai-se saber o dia em que, pela primeira vez, um antigo primeiro-ministro se irá sentar no banco dos réus. A decisão será tomada pelo coletivo de juízes do Tribunal Central Criminal de Lisboa, presidido pela magistrada Susana Seca.
SAIBA MAIS
ACUSAÇÃO OS CRIMES DE SÓCRATES
O Ministério Público acusou José Sócrates de usar o cargo de primeiro-ministro para beneficiar o Grupo Lena (da área da construção), tendo recebido pagamentos através do primo Carlos Santos Silva, que foi um “testa de ferro”.
PROCESSO 28 ARGUIDOS JULGADOS
O processo da ‘Operação Marquês’ tem 28 arguidos. Além de Sócrates, vão a tribunal Carlos Santos Silva, primeiro do ex-governante, além de nomes como Armando Vara (ex-ministro) ou Ricardo Salgado (ex-líder do BES).
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