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Ventura defende "escrutínio e fiscalização" para travar "despotismo e corrupção"

Candidato comentou escutas do caso Influencer.

03 de dezembro de 2025 às 22:14

O candidato a Presidente da República André Ventura defendeu, esta quarta-feira, a necessidade de "escrutínio e fiscalização" para não se repetir o "despotismo, corrupção e cunhas" protagonizado "pelos governos socialistas", ao comentar as escutas do caso Influencer.

O candidato, que esteve esta quarta-feira em campanha em Ponta Delgada, referiu que o preocupa a reação do líder do PS, José Luís Carneiro, sobre as escutas do caso Influencer, que, confrontado pelos jornalistas, "estava a rir-se tranquilamente para as câmaras" sobre ter "pedido empregos para amigos e a tentar meter uma cunha", como se "fosse uma coisa normal".

Com o título "As cunhas de José Luís Carneiro e Manuel Pizarro", a revista Sábado revela esta quarta-feira escutas realizadas no âmbito da Operação Influencer e numa das quais é descrito que o atual líder do PS terá pedido emprego ao então ministro do Ambiente, Matos Fernandes, para o ex-deputado e ex-autarca de Aljustrel Nelson Brito.

José Luís Carneiro rejeitou, entretanto, que tenha pedido favores ao antigo ministro do Ambiente, Matos Fernandes, referindo que apenas recomendou o perfil de uma pessoa para desempenhar determinadas funções, numa altura em que desempenhava o cargo de secretário-geral adjunto do PS.

André Ventura considerou que "o PS conseguiu montar um sistema, nos últimos anos, de tal forma poderoso, degradante e condicionado" da democracia, tendo defendido a necessidade de "escrutínio e fiscalização, procurando garantir que o atual Governo não cai nos mesmos vícios que tinham os governos socialistas de despotismo, corrupção e cunhas".

O candidato, sobre a petição relativa à "avaliação da inconstitucionalidade" do Chega, referiu que esta iniciativa revela um "péssimo sentido democrático" e um "mau viver com a liberdade".

Algumas representantes do movimento "Contra Narrativa", primeiro subscritor da petição, foram esta quarta-feira ouvidas na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República.

André Ventura recordou que o Chega é o segundo maior partido do país e diz haver pessoas "ainda com saudades do Processo Revolucionário em Curso (PREC)" e que revelam que "gostavam de viver num país como a Venezuela, a China e Coreia do Norte".

Para o líder do Chega, a haver uma extinção, caberia ao Ministério Público junto do Tribunal Constitucional propô-la, e não ao parlamento.

"Nós devíamos querer extinguir não era o Chega mas esse ambiente de cunhas e promiscuidade", afirmou, para ressalvar que discorda dos outros partidos sem os querer extinguir, "porque fazem parte do regime democrático".

André Ventura participou esta quarta-feira numa sessão sobre as autonomias regionais na sede do Chega nos Açores, em Ponta Delgada, tendo afirmado que a atual Lei de Finanças das Regiões Autónomas está "desatualizada".

Disse que constitui uma "injustiça que coloca em difícil situação de sobrevivência financeira" os Açores, com consequências para o Orçamento regional e em termos fiscais, nomeadamente no caso do IVA.

De acordo com o candidato, o reforço da autonomia para os Açores significa "melhor e mais desenvolvimento", tendo defendido que não faz sentido a existência da figura de representante da República, que "só cria entraves" e constitui uma "força de bloqueio".

André Ventura disse que Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa olharam para os Açores "como adereços" e prometeu, se for eleito, lutar pelo "direito à igualdade", sendo que cabe ao Presidente da República sinalizar perante o poder político as questões das regiões autónomas.

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