Hugo Soares acusou o Chega de ter "candidatos 'fake'" às autárquicas, que não conhecem os concelhos a que concorrem.
O presidente do Chega, André Ventura, classificou esta segunda-feira o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, como "um lacaio qualquer" do líder do seu partido e acusou-o de ter ameaçado deputados da sua bancada.
"Eu gostava de ver o primeiro-ministro na campanha e não um lacaio qualquer, sinceramente, fazer de primeiro-ministro. Não é o primeiro-ministro, eu tenho de responder ao líder do PSD. O líder do PSD não está na campanha, não sei onde é que ele está também, mas aguardarei por isso", afirmou.
André Ventura falava aos jornalistas em Alenquer, no distrito de Lisboa, à chegada a uma ação da pré-campanha para as eleições autárquicas de 12 de outubro, depois de questionado sobre declarações do secretário-geral do PSD, Hugo Soares, que acusou o Chega de ter "candidatos 'fake'" às autárquicas, que não conhecem os concelhos a que concorrem.
O presidente do Chega considerou que a crítica se deveu aos sociais-democratas terem sido "ultrapassados nas candidaturas autárquicas" e por "um partido com seis anos de existência conseguir ter mais candidaturas do que um partido com 50", ainda que tenha reconhecido que foi "um desafio grande".
"Portanto, percebo que diga que são 'fakes'", afirmou, referindo que o ministro Miguel Pinto Luz foi cabeça de lista em Faro nas legislativas de 2024, quando "é de Lisboa/Cascais". No entanto, o antigo vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais nunca foi candidato autárquico no Algarve.
"Ao menos tenham um bocadinho de vergonha na cara naquilo que dizem, é só isso que eu peço. Quando o PSD tiver essa vergonha, eu responderei ao PSD", afirmou.
André Ventura defendeu também que Hugo Soares está "preocupado com as vitórias que o Chega vai ter nas eleições autárquicas", com "o que o PSD vai perder, fruto da péssima gestão que fez", e também que "o Chega já esteja à frente do PSD nas sondagens".
Nesta declaração aos jornalistas, o presidente do Chega acusou ainda Hugo Soares de ter ameaçado deputados do seu partido durante um debate no parlamento, o que já motivou uma queixa de Pedro Frazão junto da Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados uma semana depois de ter ocorrido.
André Ventura referiu um vídeo publicado nas suas redes sociais, legendado pelo partido, para justificar que Hugo Soares diz: "vou-te dar porrada".
E apelou a que este episódio tenha tanta atenção mediática como outro que envolveu o também deputado do Chega, Filipe Melo, enquanto vice-secretário da Assembleia da República.
"Não é justo para o país, mas não é justo sobretudo para a democracia, que num caso em que há violência à vista, evidente, notória, os senhores tentem, não por culpa vossa, mas por alguma orientação desconhecida, esconder isto", acusou, dirigindo-se aos jornalistas.
Questionado sobre em Alenquer os dois deputados municipais eleitos pelo partido nas últimas autárquicas terem passado a independentes, e se este ano as listas foram feitas com especial cuidado para que estes episódios não se repitam, Ventura respondeu que "não há nenhum partido que possa dizer que vai correr tudo bem em todo o lado, mas o Chega quis arriscar".
O presidente do Chega acompanhou hoje o candidato do Chega à presidência da Câmara Municipal de Alenquer, Carlos Sequeira, numa arruada que começou junto ao mercado municipal. Entre outros candidatos e apoiantes, estiveram presentes algumas dezenas de pessoas, numa arruada praticamente silenciosa, silêncio quebrado por alguns gritos de "Chega, Chega", e na qual André Ventura interagiu com algumas pessoas que o abordaram e entrou em algumas lojas de comércio local.
O candidato autárquico não fez qualquer declaração.
Na corrida eleitoral à presidência da Câmara de Alenquer, no distrito de Lisboa, estão João Nicolau (PS), Ernesto Ferreira (CDU), Francisco Guerra (PSD/CDS-PP/IL/PPM/MPT/Nós, Cidadãos!), Carlos Sequeira (Chega) e Tiago Pedro (independente).
O presidente da câmara, Pedro Folgado (PS), não se recandidata por ter atingido o limite de mandatos.
Nas anteriores eleições autárquicas, o PS ganhou com maioria absoluta, elegendo cinco elementos para o executivo municipal, contra um do PSD e outro da CDU (PCP/PEV).
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