Alunos negam saltos no muro da tragédia
Quatro estudantes começaram a ser julgados pela morte de três colegas durante praxe, na Universidade do Minho.
Os quatro estudantes acusados de provocar a queda da estrutura que matou três colegas durante uma ‘guerra de cursos’, em Braga, negaram ontem, no início do julgamento, ter saltado em cima do muro que ruiu.
Numa sessão marcada pelas fortes emoções, os quatro jovens arguidos recordaram o que se passou na tarde do dia 23 de abril de 2014. Admitiram estar em cima da estrutura das caixas do correio, na rua de Vilar, junto à Universidade do Minho, mas garantiram ao tribunal que não houve saltos.
Num depoimento sofrido, Álvaro Rodrigues, pai de Vasco Rodrigues, uma das três vítimas da tragédia, disse que a sua vida e a de toda a família ficaram "desfeitas". Sem conseguir conter as lágrimas, o pai de Vasco, que se constituiu assistente no processo, lamentou que os colegas das vítimas mortais estejam a ser julgados e disse mesmo que os jovens foram "bodes expiatórios" de um caso que devia ter sentado outros responsáveis no banco dos réus.
Recorde-se que as famílias recorreram da decisão do Ministério Público de não levar a julgamento um fiscal e um engenheiro da Câmara de Braga, além do responsável de uma empresa de condomínios, que chegaram a ser constituídos arguidos, mas que acabaram por não ser pronunciados.
Álvaro Rodrigues emocionou o tribunal ao recordar o número exato de dias que passaram sobre a morte do filho. "Não há dia nenhum que não vá ao cemitério", sublinhou.
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