“Ia partir os dentes à minha mulher”
Testa de ferro de empresa revela ter medo do bruxo.
Nuno Ferreira, antigo funcionário do bruxo da Areosa, confirmou ontem no Tribunal de São João Novo, no Porto, onde decorre o julgamento da Máfia de Braga, que era testa de ferro na empresa Monahome, criada para simular a venda dos bens do empresário João Paulo Fernandes, que foi assassinado.
A testemunha disse que em janeiro de 2016, dois meses antes do crime, foi ameaçado após ter dito que queria deixar a gerência dessa e de outras empresas.
"Disse que partia os dentes à minha mulher e que tratava de quem fizesse o mesmo comigo. Fiquei com medo dele e passei a trancar-me em casa", disse Nuno Ferreira, que garantiu que não tinha hipótese de recusar assumir a gerência da Monahome.
O arguido, que quis falar na ausência dos arguidos, disse ainda que o dinheiro resultante das rendas dos imóveis do pai do empresário era entregue a Pedro Bourbon e ao ‘bruxo da Areosa’.
"O Paulino dizia que o Pedro levantava o dinheiro. Eles os dois eram os beneficiários", afirmou a testemunha. Nuno revelou ainda que esteve presente no dia em que foi descarregado no armazém o bidão com ácido sulfúrico, que depois foi usado para dissolver o corpo da vítima. "Não sei o que tinha dentro", disse.
O antigo funcionário do ‘bruxo’ referiu ainda que apesar de tudo aquele tinha "um lado bom" e que salvou duas vezes Filipe Leitão da morte.
Este arguido terá tido doenças oncológicas. "Podem não acreditar, mas ficou bom de repente", disse.
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