Mãe suspeita de maus tratos a criança que caiu de 3.º andar
Conceição Antunes e a nora foram detidas pela PJ na Guarda.
Conceição Antunes, mãe do menino de 7 anos que morreu no sábado ao cair do terceiro andar de um prédio, na Guarda, onde vivia o irmão com a namorada, foi detida pela PJ pelo crime de exposição ou abandono, tal como a cunhada do menor: são responsáveis por a criança ter ficado sozinha em casa, uma vez que a segunda estava com o menor, mas tinha que ir trabalhar. E ligou à sogra, mãe do pequeno João Maria, que não foi buscar o filho. A mãe estava já referenciada pelas autoridades por maus-tratos ao menor.
Em março, já depois de o pai de João Maria ter posto termo à vida, situação que o menor não superou, uma tia apresentou queixa mas, apurou o CM, não terá sido o suficiente para a mãe perder a custódia do menor. A PSP tinha o caso referenciado.
No Bairro da Caixa, na Guarda, onde mãe e filho viveram até há poucos meses, "toda a gente sabia que ela maltratava o menino. Às vezes, parecia um empecilho para ela", conta um vizinho que, muitas vezes, acolhia a criança nos tempos livres.
Uma colega de trabalho de Conceição diz que "o miúdo era muito irrequieto e, neste caso, quer a São quer a futura nora facilitaram e aconteceu esta tragédia". Depois da morte do marido, há meio ano, Conceição Antunes mudou-se com João Maria para outro apartamento, no Bairro da Luz, e a mulher estava a fazer um curso de geriatria e fazia limpezas.
Quando se instalaram na nova casa, um morador contou que "o condomínio do prédio foi avisado pelas autoridades de que, se houvesse indícios de maus-tratos da mãe à criança, que avisassem de imediato a PSP".
Em duas semanas, este foi o terceiro caso de crianças mortas na Guarda. Em Sortelhão, uma mulher com problemas psiquiátricos asfixiou até à morte o filho de 9 anos. E em Sobral da Serra, um menino de 27 meses foi colhido por um comboio.
PORMENORES
Presentes esta segunda-feira ao juiz
Conceição Antunes e a nora passaram a noite de ontem no Estabelecimento Prisional da Guarda. Estão indiciadas pelo crime de exposição do menor ao perigo ou abandono, agravado pela morte da criança. Hoje serão presentes a um juiz do Tribunal da Guarda.
Curiosos no local
Ontem, durante todo o dia, vários curiosos fizeram uma 'romaria' ao local onde a criança foi encontrada morta por uma funcionária de um estabelecimento comercial nos arredores da Avenida de São Miguel,
durante a tarde de sábado.
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