Testemunha esquecida no julgamento da Máfia de Braga
Ajudou a controlar derrame de ácido após o homicídio.
O julgamento da Máfia de Braga ficou ontem marcado pelos lapsos de memória de Carlos Alpiarça, um engenheiro que terá ajudado os arguidos a controlarem um derrame de ácido do bidão onde o corpo do empresário João Paulo Fernandes estava a ser dissolvido. A testemunha não conseguiu recordar-se do que relatou no inquérito, nomeadamente as conversas com os arguidos sobre o rapto e sobre o afastamento de Pedro Bourbon.
No Tribunal de São João Novo, no Porto, Carlos Alpiarça apenas admitiu que foi Emanuel Paulino que lhe ligou a perguntar como deveria controlar o derrame. "Eles estavam preocupados e eu sugeri que usassem areia", garantiu.
A sessão ficou ainda marcada pelo fim do depoimento da ex-mulher da vítima, que contou que devido ao crime, a menor recusou fazer a Primeira Comunhão. "Pedi a Jesus para trazer o pai de volta e ele não trouxe, por isso não tenho que continuar a falar com ele", terá dito a menina, segundo a mãe.
O juiz declarou finalmente a excecional complexidade do caso, levando a que os prazos da prisão preventiva se estendam até novembro de 2018.
PORMENORES Processo complexo
O juiz decretou a excecional complexidade devido ao facto de ser um processo com muitos volumes e diligências.
Telemóvel descartável
Carlos Alpiarça tinha também um telemóvel descartável, que era carregado pelo bruxo e usado apenas para falar com os arguidos do processo.
Arguidos sem reação
A maioria dos arguidos não manifestou qualquer reação ao ouvir o drama vivido pela filha da vítima. Apenas Adolfo Bourbon demonstrou estar perturbado.
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