“A cara do meu pai ficou cheia de sangue”, diz filha da vítima da Máfia de Braga
Criança disse que os homens que raptaram o pai estavam com gorros escuros e num Mercedes preto.
O homem bateu no meu pai com uma pistola que tinha dois canos, na testa. A cara dele ficou cheia de sangue." A filha de João Paulo Fernandes, de 9 anos, recordou, ontem, perante coletivo de juízes do Tribunal de S. João Novo, Porto, o dia em que o pai foi raptado.
A criança, que estava acompanhada da mãe e de um psicólogo, foi ouvida por videoconferência. Explicou que quando entraram na garagem de casa, um carro de marca Mercedes entrou atrás deles.
"Vinham numa Mercedes preto. O meu pai viu e parou. Nesse momento, vieram os ladrões com gorros pretos a tapar a cara. Um deles era muito alto e tinha uma pistola. Deu-lhe com ela e depois empurrou-o com a ajuda do outro e meteram-no dentro do carro deles", disse.
Questionada sobre se ouviu os homens dizerem alguma coisa, disse que não se lembrava.
"Só me lembro que o meu pai disse que se quisessem fazer aquilo que o fizessem noutra altura, não à minha frente", explicou, recordando que "quando entrou no carro começou a pedir socorro aos vizinhos, mas ninguém o ouviu".
A criança lembrou que depois subiu as escadas da garagem e dirigiu-se à farmácia, onde pediu ajuda.
Na sessão de ontem, entre as testemunhas, foi ouvido um representante da uma empresa que vendia produtos há sete anos para as ervanárias de Emanuel Paulino.
Revelou que o ‘bruxo’ da Areosa deve cerca de 250 mil euros à empresa, razão pela qual não lhe vendem produtos há mais de um ano.
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