Médico e farmácias acusados de burla

Um clínico geral e dois farmacêuticos estão a ser julgados no Tribunal de Portimão.

30 de novembro de 2017 às 09:03
Julgamento do médico de Albufeira e farmacêuticos de Silves começou ontem no Tribunal de Portimão Foto: Pedro Noel da Luz
Médicos, xxx Foto: Getty Images
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Um médico de Albufeira começou esta quarta-feira a ser julgado no Tribunal de Portimão pelos crimes de falsificação de documento agravado e burla qualificada. No processo são ainda arguidos dois farmacêuticos, de Silves, por burla qualificada.

De acordo com o Ministério Público, o médico passou centenas de receitas de medicamentos e exames complementares de diagnóstico em nome de utentes do Serviço Nacional de Saúde, na sua maioria pensionistas, sem que estes tivessem sequer sido consultados.

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Usava os números de utentes do Centro de Saúde de Silves e da Extensão de Algoz, onde na altura trabalhava, bem como de uma clínica em Santa Eulália, na cidade de Albufeira, da qual era sócio-gerente.

Os medicamentos eram depois adquiridos pelo médico - sem exibir quaisquer cartões de utente - em farmácias em Silves e na Guia, as quais recebiam as comparticipações que eram pagas pelo Estado através da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve. O Estado, esclarece a Acusação, foi lesado em mais de uma dezena de milhar de euros.

Os crimes terão ocorrido entre 1999 e 2001. Ouvido ontem em Tribunal, o médico classificou a sua atuação como uma "parvoíce" da qual garantiu estar arrependido. Revelou ainda ter já ressarcido a ARS dos prejuízos que causou, "com juros".

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Garantiu ainda que os medicamentos que comprava com as receitas em nome de pensionistas "se destinavam a ser dados a pessoas necessitadas" ou "a amigos" aos quais "não cobrava as consultas".

PORMENORES

Utentes mortos

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De acordo com a acusação, alguns dos pensionistas e idosos cujos nomes o médico usou para passar as receitas já tinham morrido. Em tribunal, o clínico mostrou-se muito surpreendido com essa situação.

Médico assumiu

O médico assumiu, na audiência de ontem, ter passado as receitas, e admitiu que "algumas não foram passadas na presença dos doentes". O clínico explicou que "eram para levar para outros doentes".

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Comparticipações

O médico passava as receitas de forma a conseguir do Estado a maior comparticipação possível nos medicamentos. Por isso utilizava, sobretudo, o número e nome de utentes idosos ou pensionistas.

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