Torturas tramam 17 agentes da PSP
Juíza pronuncia todos os polícias por agressões menos oficial. Caso aconteceu na Amadora.
Dezassete elementos da Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial da Amadora vão ser julgados por crimes de tortura, sequestro, injúria, ofensa à integridade física, denúncia caluniosa e falsidade de testemunho. Segundo o Ministério Público (MP), os crimes foram cometidos por ódio racial. Fora do julgamento fica a única oficial acusada.
A subcomissária Ana Hipólito, que o MP acusou de ter ignorado os pedidos de ajuda das vítimas e de ter lavado o sangue com uma esfregona antes da chegada do INEM, foi a única a pedir a abertura de instrução do processo.
Esta segunda-feira, a juíza de Instrução Criminal Ana Paula Costa decidiu não pronunciar a oficial, que atualmente presta serviço no Porto. "Como se demonstrou, não estava no local e nada teve a ver com os atos que constam da acusação do Ministério Público, explicou o advogado António Santos Pereira no final da leitura da decisão.
O caso remonta a 5 de fevereiro de 2015. Na altura, uma detenção na Cova da Moura levou a uma tentativa de invasão da esquadra de Alfragide, o que é negado na acusação. Seis jovens que foram levados para o interior acabaram por ter de receber tratamento hospitalar e, em junho deste ano, o Ministério Público deduziu a acusação, mas contra os polícias.
Isabel Gomes da Silva, advogada que defende 16 agentes, afirma que "em julgamento tudo será esclarecido". Peixoto Rodrigues, que dirige o sindicato onde estão filiados estes polícias, diz que se trata de "um cenário montado" e que "todos serão absolvidos".
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