Reclusa mais velha do país culpa filho por burla
Idosa de 90 anos vendeu imóvel que não lhe pertencia.
Rosa Vegele, idosa de 90 anos, a mulher mais velha presa em Portugal, atirou esta segunda-feira as culpas para o filho, no processo em que está a ser julgada por burla na venda de um imóvel que não lhe pertencia. Diz que foi ele, e outros dois cúmplices, que lhe pediram para ir ao notário tratar dos papéis que levaram à acusação.
"Foram eles todos que pediram", garantiu, empurrando as responsabilidades para José Eduardo (filho) e para a sobrinha Adriana. Após insistência, explicou que o "todos" passava também pelo motorista, Fernando Marcelino. Mas a falta de clareza nas explicações de Rosa Vegele, brasileira que está presa em Tires desde novembro de 2016, levaram a que a primeira sessão fosse suspensa. Mais nenhum arguido ou testemunha foi ouvido.
Rosa explicou que a burla, com a qual a rede conseguiu vender um imóvel em Lisboa que não lhes pertencia por 300 mil euros, começou numa vinda a Portugal em abril de 2016. Foi-lhe pedido, pelos cúmplices, que tratasse de uma hipoteca de um imóvel que não soube explicar de onde tinha aparecido. E adiantou que foi a sobrinha quem ficou com o dinheiro recebido.
Dos sete arguidos, que estão acusados de burla qualificada, associação criminosa e branqueamento, só Rosa está em prisão preventiva – uma medida que o seu advogado considera desnecessária. O filho e outro arguido cumprem penas por outros crimes ocorridos na altura em que estavam evadidos dos estabelecimentos prisionais.
O julgamento continua na próxima segunda-feira.
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