“Estiveram em agonia”, garante responsável pelo relatório de Pedrógão
Xavier Viegas diz que algumas vítimas poderiam ter sobrevivido se fossem assistidas.
"Algumas das vítimas mortais do incêndio de Pedrógão Grande poderiam ter s
obrevivido se não tivesse havido falhas ou atraso no socorro, disse ontem Xavier Viegas, coordenador da equipa da Universidade de Coimbra que elaborou o relatório sobre a tragédia: "Houve pessoas que estiveram em sofrimento durante horas, que não foram devidamente atendidas e tratadas e receamos mesmo que algumas tenham perdido a vida pelas horas que estiveram em agonia" sem serem socorridas.
Durante um seminário sobre a tragédia, em Coimbra, Xavier Viegas lembrou por exemplo o caso de Alzira Costa, que "esteve em agonia durante várias horas" após ter sido atropelada ao fugir do fogo. Para o responsável, esta é "claramente uma vítima do incêndio", apesar de não estar incluída na lista oficial em que constam 64 mortes.
Parecer tira responsabilidade à EDP e à Ascendi Nádia Piazza, líder da Associação de Apoio às Vítimas de Pedrógão Grande, considerou que "não é legítimo que uma entidade não tenha feito uma gestão dos combustíveis por conta da ausência de um plano municipal". A reação surgiu após a notícia sobre um parecer jurídico que desresponsabiliza a Ascendi e a EDP, alegadamente por os Planos Municipais de Defesa da Floresta estarem caducados. Para Nádia, "pareceres há muitos" e caberá aos tribunais analisarem e decidirem.
Natal e Fim de Ano
O Presidente da República vai passar o Natal em Pedrógão Grande e nos concelhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, e o Fim de Ano em Oliveira do Hospital e Vizela.
Responsabilidades
Marcelo Rebelo de Sousa considera "prematuro falar de responsabilidades" no fogo quando ainda decorre a investigação do Ministério Público.
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