Pesca ilegal de meixão rende 800 euros/quilo
Militares da GNR fazem buscas de surpresa no Tejo e apreendem dezenas de redes.
A GNR de Santarém deu esta segunda-feira um rude golpe na pesca ilegal da enguia-bebé na zona de Valada do Ribatejo, no Cartaxo. Logo pela manhã, várias embarcações do Serviço Especial de Proteção da Natureza (SEPNA) entraram na água e encontraram dezenas de redes ilegais de pesca no leito do rio Tejo, que foram apreendidas e desmontadas no ancoradouro da praia fluvial.
Todo o meixão, nome pelo qual é conhecida a enguia- -bebé, foi depois devolvido ao rio ainda com vida, bem como as restantes espécies de peixes que se encontravam presos nas ‘mosquiteiras’, as redes artesanais de malhagem ilegal que são usadas neste tipo de pesca.
Apesar de ser proibida, a captura desta espécie protegida é uma atividade extremamente lucrativa, o que ajuda a explicar o elevado número de redes encontradas ao longo do rio Tejo.
"Estima-se que o meixão esteja a ser comercializado no mercado negro a valores que andam entre os 500 e 800 euros por quilo, sendo a maioria destinado aos mercados espanhol e chinês, onde existe grande procura", disse ontem ao CM o major Pinto Reis, do comando da GNR de Santarém.
Esta operação Meixão, segundo o oficial, resultou de um conjunto de reconhecimentos e trabalho de vigilância que o SEPNA tem desenvolvido nos últimos meses. A investigação prossegue "para se identificar os prevaricadores e impedir a continuação deste crime ambiental", disse.
A Espanha é o principal destino da enguia-bebé, também conhecida por ‘caviar do Tejo’, mas há ainda circuitos que a levam para os mercados do Japão, Coreia e China.
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