Deficiente espera quatro horas por ambulância
Mulher com paralisia cerebral esperou para ser atendida, teve alta às 23h45 e só chegou a casa às 05h00.
Esmeralda Moreira, de 49 anos, tem paralisia cerebral e uma incapacidade de 95%. Segundo a família, deu entrada no Hospital de São João, no Porto, às 15h00 da quarta-feira passada, com náuseas e vómitos, e teve alta às 23h45. A ambulância que a transportaria até casa, em Ermesinde, só chegou quatro horas depois, o que fez com que apenas regressasse às 05h00.
O diagnóstico do hospital não foi conclusivo e a situação da mulher piorou com o passar dos dias, o que fez com que a família chamasse um médico particular.
"Como se não bastasse todo o tempo de espera, o dia inteiro no hospital, viemos só mais tarde a descobrir que estava com uma infeção, quando no hospital disseram que a situação estava dentro da normalidade", afirmou, revoltado, o irmão, Anselmo Moreira.
Esmeralda Moreira depende dos pais para os movimentos mais básicos e, quando em ambientes a que não está habituada, reage com agitação.
"Esperámos quatro horas para que fosse atendida. Fizeram exames, raios-x e colocaram-lhe uma sonda. Ela estava tão impaciente que até puxou a sonda", referiu Laurentina Ferreira, mãe da utente.
"Sempre que precisamos de ir ao Hospital de São João, os médicos olham para ela e ficam impotentes porque não têm capacidade de resposta. Ela não pode ficar tanto tempo à espera porque, se for um problema mais grave, ela acaba por morrer", acrescentou o irmão.
A família apresentou queixas no hospital e ao Ministério da Saúde e pediu relatório aos bombeiros, recuando quando foram pedidos 36 €.
Confrontado pelo CM, o hospital não quis esclarecer o caso.
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