Gémeas que fizeram pacto para matar bebé à facada em preventiva

Jovem cometeu crime mal deu à luz em casa, após esconder gravidez do companheiro e familiares.

11 de abril de 2018 às 01:30
Rafaela tem 25 anos. É suspeita de matar a filha recém-nascida Foto: Direitos Reservados
Rafaela tem 25 anos. É suspeita de matar a filha recém-nascida Foto: Direitos Reservados
Mãe matou bebé após dar à luz Foto: Pedro Simões
Mãe matou bebé após dar à luz Foto: Pedro Simões
Mãe matou bebé após dar à luz Foto: Pedro Simões

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Ficaram em prisão preventiva as duas irmãs gémeas do Seixal, Inês e Rafaela Cupertino, acusadas de estabelecerem um pacto para matar a filha bebé de Rafaela e esconder o crime.

Rafaela Cupertino já tinha dois filhos, gémeos de 20 meses. E quando engravidou novamente evitou revelar a situação. Nem família nem amigos sabiam, e nunca foi ao médico. Esta terça-feira de madrugada, deu à luz uma menina em casa, em Corroios, Seixal, e logo a seguir matou-a com uma facada no peito. Foi a irmã da homicida quem a ajudou a colocar o corpo da recém-nascida num saco de plástico, com o objetivo de se desfazerem do cadáver, mas não chegaram a fazê-lo.

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Inês deu assistência ao parto da irmã, tendo inclusive feito uma sutura a Rafaela quando a bebé nasceu, mas não conseguiram controlar uma hemorragia e Inês viu-se obrigada a telefonar para o 112 a pedir socorro. Foram descobertas – e Inês está já detida pela PJ de Setúbal por homicídio qualificado. Será hoje presente a tribunal pela cumplicidade com a irmã.

Quanto a Rafaela, está hospitalizada no Garcia de Orta, em Almada, perto da morgue para onde o corpo da filha foi levado para autópsia. A jovem, de 25 anos, foi detida esta quarta-feira, assim como a irmã, e será presente ainda hoje em tribunal.

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O crime ocorreu num prédio da rua Vieira da Silva, em Corroios. Na altura, o companheiro de Rafaela – pai dos outros dois filhos – não estava em casa. Familiares garantem que não sabia da gravidez. Só quando chegou a casa é que se apercebeu de tudo.

O casal tinha uma "relação complicada", mas sem problemas financeiros ou queixas na Justiça. O homem foi ouvido pela PJ, mas não é suspeito de qualquer crime. Os vizinhos dizem que não se aperceberam de nada durante a noite, só quando a PSP tocou às campainhas a pedir para abrirem a porta.

Inês pode explicar envolvimento ao juiz   

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Inês é irmã gémea de Rafaela e a única testemunha do crime. Mas também é suspeita de homicídio em coautoria. A PJ tenta apurar desde quando tinha conhecimento da gravidez da irmã e das suas intenções. A jovem foi presente ao juiz de instrução.

"Não acredito nisto. Sei que a Rafaela é uma boa mãe"  

"Não acredito nisto. A Rafaela é uma boa mãe, uma mulher alegre e divertida. Vivia para os dois filhos. Algo de muito mau deve ter acontecido para fazer isto", disse ao CM

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Família em desespero fica com os gémeos

Segundo os familiares, Rafaela "não tem consciência do que se passou". "Andava em baixo e cansada, mas nada que levasse a suspeitar desta situação", adiantam ao CM. O pai dos menores, garantem, "está de rastos".

Também estes familiares asseguram que não sabiam da gravidez, apesar de terem estado com Rafaela nos últimos dias. A família tentava ontem à tarde perceber quando é que o corpo da recém-nascida seria libertado pelo Instituto de Medicina Legal para poderem tratar das cerimónias fúnebres.

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PORMENORES 

Distribuição

Rafaela Cupertino trabalhava numa empresa de distribuição na Margem Sul do Tejo. Vivia com o companheiro, dois filhos gémeos, de 20 meses, e a irmã, que trabalha numa empresa de limpezas perto da casa onde ocorreu a tragédia.

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Apoio familiar

Os dois meninos não frequentavam qualquer creche, mas ficavam com uma ama quando a mãe ia trabalhar e o pai não estava disponível. O avô materno era um grande apoio.

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