Vítima de violência doméstica escapa à morte depois de pistola encravar
Crime aconteceu em Santarém. Homem violento vai ser julgado por tentativa de homicídio.
Um carpinteiro reformado sujeitou a mulher a momentos de verdadeiro terror durante cerca de quatro anos, até a vítima ganhar coragem para sair de casa com os dois filhos menores e denunciar os maus-tratos.
Possessivo, o arguido impedia a mulher de usar certas roupas, acusava-a de ter amantes e impedia o contacto com outras pessoas.
O homem, de 62 anos, já foi acusado e vai ser julgado no Tribunal de Santarém por homicídio qualificado na forma tentada, violência doméstica e detenção de arma proibida.
O ataque mais grave ocorreu a 30 de agosto de 2016, quando o arguido fez uma espera à mulher. Escondeu-se atrás de um muro na rua dos Pastorinhos, em Fátima, porque sabia ser aquele o trajeto habitual da vítima, que já tinha saído de casa.
Depois de a surpreender, apontou-lhe uma pistola municiada à cabeça e premiu o gatilho três vezes, segundo consta na acusação, à qual o CM teve acesso. Por mero acaso, a arma encravou.
De seguida, ainda a agarrou e partiu-lhe o telemóvel quando ela tentava ligar para a polícia, mas a vítima acabou por ser salva por um homem que passou no local.
O agressor foi detido pela GNR e a mulher, de 43 anos, e os filhos, de 12 e 7 anos, colocados num abrigo para vítimas de violência doméstica.
O casal contraiu matrimónio em novembro de 2005, no Brasil, país natal da mulher. Dois meses depois, mudaram-se para Fátima, no concelho de Ourém, onde o inferno começou.
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