Greve dos funcionários judiciais pára tribunal de Vila Nova de Famalicão
Exigem melhores salários, mas também formação profissional e mais meios dos tribunais.
Apenas três dos 83 funcionários judiciais do Tribunal de Vila Nova de Famalicão não aderiram ao segundo dia de greve nacional, realizado esta terça-feira.
A elevada taxa de adesão paralisou o tribunal entre as 09h00 e as 11h00, com várias audiências a serem adiadas e muitos cidadãos a terem de esperar essas duas horas para poderem obter documentos e informações sobre o andamento dos respetivos processos.
"A nossa luta vai muito além da exigência por melhores salários. Exigimos também formação para todos nós, que somos um pilar importante da Justiça.
Também é necessário que a ministra perceba que há falta de funcionários judiciais nos tribunais, que a maioria de idades é de 48 anos, e que todos nós, fruto do trabalho que desenvolvemos, estamos expostos à violência que os processos tratam e não temos qualquer tipo de apoio psicológico", elencou Joaquim Queirós, delegado sindical no tribunal de Famalicão.
"Há mais de um ano e meio que este processo arrancou e, até agora, não houve avanços por parte do Governo. A nossa luta tem de continuar", afirmou o dirigente enquanto os restantes funcionários judiciais do tribunal cantavam o hino nacional e gritavam avisos à ministra da Justiça: "Francisca, escuta! Os funcionários estão em luta! Queremos o que é nosso!".
A greve está prevista até ao final do ano, com duas horas de paralisação diária. E os funcionários estão dispostos a levar a luta até ao fim.
"Temos de lutar pelo que acreditamos e pelo que é justo. Sabemos que criamos transtornos à população, mas não há outra forma. Temos de lutar", explicou Beatriz Martins, funcionária judicial.
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